O pagamento da dívida externa dos países mais pobres do mundo foi suspenso a partir de 1 de maio como resposta à crise do coronavírus, informou nesta quarta (15) o G-20, grupo que reúne 20 nações mais ricas do mundo, após reunião de ministros da Economia e presidentes de bancos centrais.
Todos os credores públicos desses países tomarão parte na iniciativa, de acordo com as leis e regulações internas. O Clube de Paris, que reúne os maiores credores mundiais e é chefiado pela diretora-geral do Tesouro francês, Odile Renaud-Basso, também já deu seu aval. O Brasil é membro do Clube desde 2016.
O plano será revisto “regularmente, à medida que a situação do Covid-19 se desenvolve”, segundo o comunicado do G-20. Nenhum devedor que pedir adesão a esse programa terá seu rating revisto, nem aumento no custo de crédito futuro, mas é preciso estar em dia com pagamentos ao Banco Mundial e ao FMI.
Ao mesmo tempo, instituições como Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional) vão simplificar os processos de concessão de crédito emergencial a nações com problemas de liquidez ou de caixa para enfrentar a crise do novo coronavírus.
O Banco Mundial espera distribuir cerca de US$ 160 bilhões no financiamento de projetos para os próximos 15 meses. Os recursos serão investidos em estruturas de saúde para atender aos pacientes da Covid-19, além de auxílio para famílias e empresas.
A instituição também busca parcerias com bancos de desenvolvimento de países do G20, que entrariam como cofinanciadores.
O Fundo vai duplicar seus limites de acesso anual para financiamento de emergência, informou a diretora-gerente Kristalina Georgieva. Dez países já receberam auxílios de emergência, e mais de 100 já abordaram a instituição em busca de capital. Também há planos para criação de linhas de crédito adicionais, com liquidez mais rápida.
O FMI também liberou nesta segunda (13) empréstimos para 25 países como Afeganistão, Chade, Guiné, Benin e Ilhas Comores, liberando recursos que serviriam à dívida externa para o combate à Covid-19. Mais quatro países devem receber o benefício nas próximas semanas.