Travis King, um soldado norte-americano que foi detido em julho por entrar na Coreia do Norte após cruzar intencionalmente e sem autorização a Área de Segurança Conjunta, um vilarejo na fronteira entre as duas Coreias, foi repatriado. O anúncio foi feito por autoridades nesta quarta-feira (27), e a transferência foi possível graças à colaboração entre a Suécia, uma aliada de Washington, e a China, que é considerada uma rival. As informações são da agência Associated Press.
A Coreia do Norte surpreendeu ao anunciar a expulsão de King, apesar de algumas expectativas de que a fechada nação poderia mantê-lo detido como uma moeda de troca em um momento de tensões elevadas com os Estados Unidos.
O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, emitiu um comunicado confirmando que as autoridades dos EUA asseguraram o retorno do soldado. Ele também agradeceu à equipe que “trabalhou incansavelmente em prol do bem-estar do soldado King.”
As autoridades não têm certeza do motivo preciso pelo qual Pyongyang optou por expulsar King, mas suspeitam que tenha sido por conta da baixa patente militar do soldado e pelo fato de ele não representar um valor significativo em termos de influência ou informações. Uma fonte, que preferiu não se identificar, sugeriu que os norte-coreanos talvez tenham considerado que manter King, que tem 23 anos, seria mais problemático do que simplesmente liberá-lo.
Funcionários do governo sueco escoltaram King até a fronteira com a China, onde ele foi recebido pelo embaixador dos Estados Unidos Nicholas Burns, juntamente com o embaixador sueco e por pelo menos um funcionário do Departamento de Defesa dos EUA. O governo Biden enfatizou que não cedeu a nenhuma demanda da Coreia do Norte para garantir a libertação do soldado.
King tinha histórico de indisciplina. Em 2021, ele foi preso por 47 dias em um centro de detenção sul-coreano após uma suposta briga em uma boate e uma discussão com a polícia em Seul, onde teria chutado a porta de uma viatura.
Anteriormente, a Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) relatou que King admitiu entrar ilegalmente no país devido a “conduta desumana e discriminação racial” que ele alegou ter sofrido no Exército dos EUA.