Venezuela dribla sanções dos EUA e retoma embarques de petróleo para a China

Primeiro navio reintegrado oficialmente carregou 1,8 milhão de barris de petróleo no porto de Jose em agosto

A Venezuela retomou os embarques diretos de petróleo à China, informou o portal MercoPress nesta sexta (27). O retorno acontece após um ano das sanções de Washington tornarem o mercado de petróleo venezuelano irregular.

A confirmação vem por meio de dados da plataforma de rastreamento de navios da Refinitiv Eikon e de documento da própria estatal PDVSA (Petróleos de Venezuela).

O navio petroleiro Kyoto foi o primeiro a voltar com o transporte direto da matéria prima venezuelana à China. Centrais de monitoramento estimam que em agosto a embarcação carregou 1,8 milhão de barris de petróleo do porto de José, no mar do Caribe.

Venezuela desvia de sanções dos EUA e retoma embarques de petróleo à China
Navio petroleiro no porto de Maracaibo, na Venezuela, em março de 2013 (Foto: Pixabay/David Mark)

Mesmo entre as principais clientes da PDVSA, as estatais chinesas CNPC (China National Petroleum Corp) e PetroChina havia deixado de carregar a matéria prima dos portos venezuelanos em agosto de 2019, pouco tempo após as sanções dos EUA.

Com a recente abertura de Nicolás Maduro à China e a disputa comercial entre Beijing e Washington, as relações foram restabelecidas neste segundo semestre.

As sanções foram impostas pelo governo de Donald Trump para deter todas as exportações de petróleo da Venezuela e, assim, dificultar o controle de Maduro sobre o país.

Sanções à Venezuela

Em uma investigação da Reuters lançada no dia 10, Caracas parece tentar driblar as sanções norte-americanas com ajuda de identificações incorretas de navios petroleiros.

Documentos apontam que o país exporta a matéria-prima através de uma frota de mais de 30 petroleiros vinculados a uma empresa desconhecida desde o início de 2020.

Nesta quarta (25), um porta-voz do Departamento de Tesouro dos EUA ameaçou novas sanções a todos que “participam de atividades no setor de petróleo venezuelano”.

Assessores do presidente recém-eleito dos EUA, Joe Biden, afirmam que o democrata pretende manter as sanções, mas mudar “o foco da estratégia” com a Venezuela.

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