Austrália suspende extradição e facilita vistos para cidadãos de Hong Kong

Canadá e Nova Zelândia são outros países da Comunidade Britânica que avaliam facilitar

A Austrália irá suspender o tratado de extradição com Hong Kong e dará vistos de estudante e temporários para 10 mil cidadãos da ex-colônia britânica, segundo o South China Morning Post.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, afirmou nesta quinta (9) que a lei de segurança aprovada pela China é uma “mudança fundamental em relação ao nosso acordo de extradição com Hong Kong“.

Em maio, o Congresso da China aprovou uma lei que aumenta o controle chinês sobre o território semi-autônomo. A previsão é de suprimir qualquer ato que acredite ameaçar a “segurança nacional” ali.

Além dos vistos temporários pelo período de cinco anos, a Austrália irá oferecer incentivos para que empresas de Hong Kong se mudem para o país. Não foram anunciados planos para receber residentes da ex-colônia britânica com vistos humanitários.

Os chineses criticaram os australianos, alegando interferência nos assuntos internos do país.

A suspensão do acordo de extradição segue um movimento semelhante pelo Canadá, na semana passada. A Nova Zelândia e a Grã-Bretanha também afirmaram estar analisando ajustes no relacionamento com Hong Kong.

Austrália suspende acordo de extradição com Hong Kong
Vista de Hong Kong (Foto: Jimmy Chan/Pexels)

Preconceito

De acordo com o senso de 2016, 87 mil nascidos em Hong Kong vivem na Austrália. É o 12º maior parceiro comercial do território semi-autônomo em 2018.

Apesar da forte ligação entre as duas regiões, uma especialista ouvida pela reportagem aponta que a chegada de um grande número de cidadãos de Hong Kong em território australiano pode levar a casos de preconceito.

No mês passado, a China alertou sobretudo estudantes em relação a viagens à Austrália e supostos incidentes discriminatórios contra asiáticos. O governo da Austrália negou as acusações.

A relação entre os dois países vem piorando nos últimos anos. A Austrália afirma que a intromissão de Beijing no governo, na mídia e no sistema educacional australianos foi um catalisador para as leis contra interferência estrangeira de 2018.

Com o incentivo australiano para a realização de uma investigação independente sobre a pandemia do coronavírus, as tensões se agravaram.

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