O governo da Austrália irá recrutar 500 espiões para aprimorar sua capacidade ofensiva contra ataques cibernéticos estrangeiros e identificar melhor a ação de hackers. O financiamento será de AU$ 1,3 bilhão (US$ 890 milhões), segundo o jornal The Sidney Morning Herald.
As autoridades australianas também irão compartilhar inteligência com departamentos governamentais e empresas quase em tempo real. O investimento ocorre em meio à crescente tensão com a China e novos ataques hackers contra o país.
Os recursos serão investidos na construção de novas capacidades ofensivas. Haverá também uma plataforma de compartilhamento de ameaças cibernéticas.
O órgão cibernético australiano vai expandir a coleta de dados e a capacidade de inteligência para identificar ameaças cibernéticas nos próximos dez anos.
As autoridades australianas devem contar ainda com a ajuda da ex-secretária de segurança interna dos EUA Kirstjen Nielsen na elaboração de uma estratégia de segurança.
Ataques frequentes
A recente onda de ciberataques tem mirado infraestruturas essenciais na Austrália, como hospitais e conselhos locais. O governo já alertou para possíveis ataques cibernéticos contra usinas elétricas, sistemas de transporte e indústrias.
Agências de segurança australianas acreditam que a China está por trás das investidas a vários níveis do governo e indústria australiana.
Em junho, o primeiro-ministro Scott Morrison revelou os ataques. Segundo o jornal, o governo de Nova Gales do Sul, no sudeste da Austrália, foi um dos principais alvos nos últimos meses.
A China nega as alegações de que seria o autor dos ataques cibernéticos e afirmou que as sugestões são “sem fundamento”.
O episódio acontece em meio ao agravamento da tensão entre os dois países, após o pedido da Austrália sobre uma investigação sobre a pandemia do coronavírus.
A deterioração do relacionamento entre China e Austrália já acontece há alguns anos. Sydney afirma que a intromissão de Beijing no governo, na mídia e no sistema educacional australianos foi um catalisador para as leis contra interferência estrangeira de 2018.