China adota medidas emergenciais em meio ao aumento das infecções respiratórias

Devido ao recente surto, que atinge especialmente crianças, autoridades pedem mais clínicas preparadas para tratar os doentes

O mais recentes surto de infecções respiratórias levou o governo da China a determinar que medidas emergenciais sejam adotadas no país. Entre elas, uma maior oferta de clínicas preparadas para tratar os doentes, situação que inevitavelmente gera comparações com o surgimento da Covid-19 há cerca de quatro anos. As informações são da rede Deutsche Welle (DW).

Há cerca de duas semanas, a Comissão Nacional de Saúde (NHC, da sigla em inglês) chinesa relatou que o país enfrentava um considerável aumento no número de casos principalmente de pneumonia, sendo as crianças as principais vítimas. A situação gerou sobrecarga no sistema de saúde e motivou uma reunião virtual entre autoridades do país e a Organização Mundial da Saúde (OMS) na última sexta-feira (24).

Equipe de controle de Covid na entrada de uma estação de metrô de Beijing, na China (Foto: WikiCommons)

“Esforços devem ser feitos para aumentar o número de clínicas e áreas de tratamento relevantes, estender adequadamente o horário de atendimento e fortalecer as garantias de fornecimento de medicamentos”, disse o porta-voz da NHC, Mi Feng, em entrevista coletiva no domingo (26).

No mesmo pronunciamento, Mi descartou que uma nova doença seja a causadora do problema, que ele atribui à circulação simultânea de vários tipos de patógenos, inclusive o causador da própria Covid-19.

“É necessário fazer um bom trabalho na prevenção e controle de epidemias nos principais locais lotados, como escolas, instituições de acolhimento de crianças e lares de idosos, e reduzir o fluxo de pessoas e visitas”, afirmou o porta-voz, de acordo com a agência Reuters.

Na opinião de especialistas, a China está especialmente sujeita ao aumento dos casos de infecções respiratórias também devido ao abrupto afrouxamento das medidas de combate à Covid-19 em dezembro de 2022, após quase três anos de restrições severas que levaram inclusive a protestos populares contra o governo.

No caso das crianças, o que ajuda a explicar o fato de estarem sendo as principais vítimas é a falta de imunidade prévia, tornando-as mais suscetíveis não apenas à Covid-19, mas também a gripe e pneumonia por micoplasma, uma infecção bacteriana bastante comum que desde maio circula no país.

O que se sabe até agora, entretanto, é que nenhum novo patógeno foi encontrado, o que ajuda a afastar as especulações que aqueceram o debate nas redes sociais, com o temor de que uma nova pandemia viesse a se formar. Ainda assim, as justificativas iniciais do governo não bastam para acalmar a OMS, que cobra maiores informações de Beijing.

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