China diz que ‘afugentou’ destróier dos EUA acusado de navegar em águas territoriais

Washington alega que embarcação atuava para "assegurar a liberdade de navegação" em região reivindicada por Beijing

A presença de um destróier da marinha dos EUA perto de ilhas controladas por Beijing no Mar da China Meridional nesta quarta-feira (13) incomodou a marinha chinesa, que diz ter “afugentado” o navio sob a alegação de que ele navegava ilegalmente em águas territoriais. As informações são da agência Reuters.

De acordo com Washington, a missão próxima às Ilhas Paracel, chamada de Operações de Liberdade de Navegação no Mar da China Meridional, é uma patrulha destinada a “assegurar a liberdade de navegação pela via marítima estratégica”, estando “de acordo com o direito internacional”. Segundo os EUA, os chineses impõem restrições à passagem naquela região.

Do outro lado, Beijing sustenta que não interfere na liberdade de navegação ou sobrevoo e aponta o dedo para os Estados Unidos, a quem acusa de provocar tensões deliberadamente. Há tempos a China acusa as autoridades norte-americanas de “incitar confronto” no Mar da China Meridional, “sob o pretexto de preservar a estabilidade”.

Destróier de mísseis guiados USS Benfold (Foto: WikiCommons)

O Exército de Libertação Popular (ELP) ainda acusou as ações do destróier de mísseis guiados USS Benfold de “violar seriamente a soberania e a segurança da China” ao navegar nas águas territoriais da China ao redor das Paracels, que também é reivindicada por Vietnã, Taiwan, Filipinas, Brunei e Malásia. Beijing controla as ilhas desde 1974, quando assumiu o post em lugar do governo sul-vietnamita.

“Os fatos mais uma vez mostram que os Estados Unidos são nada menos que um criador de risco de segurança no Mar da China Meridional e um destruidor da paz e estabilidade regional”, declarou o ELP.

Em resposta, a Marinha norte-americana classificou a declaração chinesa sobre a operação como “falsa” e disse que ela serve apenas para “deturpar as operações marítimas legais dos EUA e afirmar suas reivindicações marítimas excessivas e ilegítimas às custas de seus vizinhos do sudeste asiático”.

Segundo a rede ABC News, Beijing reivindica o controle quase total da hidrovia estratégica, por onde anualmente passam cerca de US$ 5 trilhões em comércio global e que é rica em peixes e recursos minerais submarinos altamente valiosos.

Washington não reivindica as águas disputadas. Porém, há décadas envia navios da Marinha e jatos da Força Aérea para patrulhar a hidrovia, justificando que “a liberdade de navegação e sobrevoo é do interesse nacional dos EUA”. 

Tal postura enfurece os chineses, que acusam os rivais ocidentais de intromissão em “uma disputa puramente asiática”. A China exige a retirada da marinha americana da região, onde tem presença há mais de um século.

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