Comércio internacional de peixes movimentou cerca de US$ 175 bilhões em 2021

Estimativa preliminar da FAO mostra que setor cresceu 17%, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19

Entre todas as fontes de proteínas animais comercializadas internacionalmente, os peixes representam 56% do total. Segundo o representante sênior de pesca da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, Márcio Castro de Souza, existem cem vezes mais espécies de pescado comercializadas no mundo do que todas as espécies de porco, frango e gado somadas.  

Segundo Castro de Souza, este é um mercado que só cresce: estimativas preliminares apontam para produção e consumo de peixes em alta, sendo que o setor movimentou cerca de US$ 175 bilhões em 2021.  

“Os números mais recentes da FAO em relação a esse comércio internacional, nós estamos ainda terminando de calcular os números para 2021, mas estamos estimando que o comércio de pescado cresça 17% em 2021 em relação a 2020. Isso já é um volume muito grande, considerando todas as dificuldades que ocorreram em 2019 e 2020 por causa da pandemia. Isso mostra o quão resiliente é o setor em termos de promover uma maior produção e um maior comércio”, disse ele.

Cultivo de peixes  

Segundo Márcio Castro de Souza, enquanto a pesca de captura permanece em um nível estável, a aquicultura tem crescido em alta velocidade. E o representante da agência da ONU diz que os consumidores podem ficar descansados, vez que a criação de peixes segue padrões internacionais.  

“Existiu no passado um preconceito muito grande em relação ao peixe de cultivo. Me lembro quando a tilápia começou a ser mais consumida. No início da produção de tilápia, as pessoas reclamavam que tinha gosto de terra. Isso mudou completamente. A ciência evoluiu em termos de como se cultivar pescado da melhor maneira possível”, afirmou. 

Crise da indústria pesqueira ameaça empregos em Mianmar (Foto: Pexels)

O especialista da FAO explica que a saúde é um fator muito forte para a agência. Por isso, existe um trabalho em conjunto com a Organização de Saúde Animal para que os países implementem boas práticas de aquicultura e tenham uma produção saudável.  

Castro de Souza revela ainda que o documento “O Estado Mundial da Pesca e da Aquicultura”, com todos os números atualizados sobre produção e comércio pesqueiro, será lançado durante a Conferência dos Oceanos da ONU, que acontece em Lisboa entre 27 de junho e 1 de julho. 

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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