China prepara suposta lista com ativistas de Taiwan e Hong Kong para sanções

Anúncios na imprensa oficialista preocupam ativistas, que temem aumento na perseguição à dissidência

A mídia oficialista chinesa, apoiada por Beijing, afirma desde o início da semana que o governo da China está “reunindo nomes” de ativistas pela independência de Taiwan e Hong Kong para aplicação de sanções.

O primeiro comunicado foi veiculado no jornal “Ta Kung Pao”, de Hong Kong, na segunda-feira (16). De acordo com a publicação, a lista deve incluir ativistas em Taiwan e no exterior – e seus financiadores.

Apesar de não citar fontes do governo, o anúncio foi levado a sério e ativistas já alertaram sobre ofensivas mais duras da China, apontou a Bloomberg. O jornal é um dos controlados pelo governo de Xi Jinping e seu escritório em Hong Kong.

Já no domingo (15), a emissora de televisão estatal Shenzhen afirmou que a secessão é um crime pela Lei de Segurança Nacional. A legislação foi imposta a Hong Kong em junho. Conforme o canal, a medida também se aplica aos que defendem a independência de Taiwan.

China prepara suposta lista com ativistas 'alvos' de Taiwan e Hong Kong
Manifestantes pró-democracia de Hong Kong em embate contra forças chinesas em agosto de 2019 (Foto: CreativeCommons/Studio Incendo)

Em um editorial, o jornal chinês de linha oficialista “Global Times” também tratou da temida “lista” contra ativistas dos territórios que buscam independência ou autonomia.

“Eles não poderão mais pisar em Hong Kong, Macau e no continente chinês. Também será muito perigoso que viajem a outros países e regiões”, disse o jornal.

“A China está determinada a salvaguardar a sua unidade nacional e integrade territorial”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, na terça-feira. “Nenhuma tentativa separatista terá sucesso”.

A manifestação acendeu o alerta entre ativistas, que já sofrem com uma ofensiva rigorosa da China em Hong Kong desde os protestos que movimentaram a ex-colônia britânica no ano passado.

Tanto Hong Kong quanto Taiwan são questões sensíveis para Beijing, que defende o conceito de ‘uma só China’.

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