Desaparecimento de jornalista de Hong Kong na China levanta preocupações

Minnie Chan está incomunicável desde que viajou para participar de um fórum de segurança e defesa ocorrido há um mês em Beijing

A repórter Minnie Chan, do jornal South China Morning Post (SCMP), de Hong Kong, desapareceu na China após participar de uma conferência sobre segurança em Beijing no final do mês passado.

Especializada em defesa e diplomacia chinesa, ela está incomunicável desde o término do evento, em 31 de outubro, gerando receios de uma possível detenção pelas autoridades locai e levantando preocupações sobre a liberdade de imprensa no país, segundo informações da agência japonesa Kyodo News repercutidas pela agência Al Jazeera.

Funcionários do jornal, vinculado ao Alibaba Group, um gigante chinês de tecnologia, falaram sob condição de anonimato e relataram que não houve comunicação interna sobre o paradeiro ou bem-estar de Minnie após sua participação no Fórum Xiangshan, em Beijing. Amigos da jornalista expressaram preocupação, sugerindo que ela poderia estar sob investigação das autoridades chinesas.

Minnie Chan está incomunicável desde o final de outubro (Foto: Facebook/arquivo pessoal)

Em nota, o SCMP informou que Minnie estava de licença, sem fornecer mais detalhes, para preservar questões de privacidade, e comprometeu-se a manter comunicação com a família da jornalista.

“A família dela nos informou que ela está em Beijing, porém, precisa de tempo para lidar com um assunto particular. Garantiram-nos que ela está segura, mas solicitaram respeito à sua privacidade. Estamos em contato contínuo com a família de Minnie e, por enquanto, não temos mais informações a serem divulgadas”, afirmou o jornal ao The Guardian.

Minnie, que integra a equipe do SCMP desde 2005, é uma jornalista premiada. Seu artigo mais recente, publicado em 1º de novembro, abordou o papel mediador da China na guerra entre Israel e Hamas em Gaza.

Ela postou pela última vez no X, antigo Twitter, em 20 de outubro. Embora fotos em sua página do Facebook sejam datadas de 11 de novembro, um amigo chamado Andrei Pinkov afirma que ela não as postou.

Nesta sexta-feira (1º), a Associação de Jornalistas de Hong Kong expressou sua preocupação com os relatórios sobre a segurança de Minnie. A entidade pediu mais informações ao SCMP e incentivou amigos ou familiares da jornalista a entrarem em contato se souberem onde ela está ou precisarem de ajuda.

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