EUA, Japão e Coreia do Sul prometem resposta ‘sem precedentes’ a teste nuclear norte-coreano

Washington prometeu usar capacidades militares completas, incluindo a nuclear, para proteger seus aliados

Uma resposta “sem precedentes”. É isso que prometeram nesta quarta-feira (26) Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul caso a Coreia do Norte avance com seus planos de testar uma arma nuclear. O sinal vermelho foi acionado durante reunião em Tóquio entre os aliados, em meio a preocupações de que Pyongyang esteja se preparando para outro teste, a exemplo do que ocorreu em 2017. As informações são da agência Reuters.

No Japão, os vice-ministros das Relações Exteriores dos três países também se comprometeram a somar esforços para fortalecer as capacidades de dissuasão na região, que vive uma atmosfera de tensão por conta das alegadas provocações do líder norte-coreano Kim Jong-un.

“Nós concordamos em fortalecer ainda mais a cooperação para que a Coreia do Norte interrompa imediatamente suas atividades ilegais e retorne às negociações de desnuclearização“, disse o primeiro vice-ministro das Relações Exteriores sul-coreano Cho Hyun-dong.

Encontro entre aliados em Tóquio discutiu os desafios de segurança no Indo-Pacífico e além (Foto: Ministry of Foreign Affairs Japan/Reprodução Twitter)

Nos últimos dois meses, a estratégia provocativa na península parece ter se revigorado. Isso porque Kim introduziu uma nova lei que permite ataques nucleares preventivos e lançou uma série de mísseis balísticos de teste, um deles que sobrevoou o Japão.

“Pedimos à Coreia do Norte que se abstenha de mais provocações”, disse a vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, que classificou as ações de Pyongyang como “imprudentes” e “profundamente desestabilizadoras para a região”.

A representante de Washington também alertou que os EUA irão mobilizar todas as suas capacidades militares para proteger seus aliados, “incluindo defesa nuclear, convencional e de mísseis”.

Já o vice-ministro japonês, Takeo Mori, observou que a forma como a Coreia do Norte vem intensificando as atividades nucleares e de mísseis “constitui um desafio claro e grave para a comunidade internacional”.

Recentemente, o ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada, disse que a Coreia do Norte possivelmente conseguiu miniaturizar suas ogivas nucleares, à medida que aumenta significativamente suas capacidades de mísseis e diversifica suas tecnologias de lançamento, fatores que dificultam as interceptações.

Por que isso importa?

A movimentação militar de Pyongyang aumenta a tensão na região, já que o país tem encarado a Coreia do Sul e as demais nações ocidentais como “inimigas”. O regime comunista afirma que não há “necessidade de se sentar frente a frente com as autoridades sul-coreanas e não há questões a serem discutidas com eles”. Isso inclui a questão nuclear.

Ao lado de EUA e Japão, os sul-coreanos têm pressionado Pyongyang a evitar a proliferação de armas nucleares e cooperar para manter a paz e a estabilidade na península. As negociações pela desnuclearização do país, porém, estão travadas desde 2019.

A Coreia do Norte quer que os EUA e aliados suspendam as sanções econômicas impostas a seu programa de armas. Até agora, o presidente Kim Jong-un recusou as tentativas de aproximação diplomática do líder norte-americano Joe Biden. A Casa Branca, por sua vez, diz que não fará concessões para que Pyongyang volte às negociações.

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