Japonês ligado à Yakuza admite tráfico de material nuclear para falso general do Irã

Rede internacional envolvia drogas, armas e lavagem de dinheiro, segundo autoridades dos EUA. Acusado foi preso e será julgado

Takeshi Ebisawa, apontado como líder de uma facção da Yakuza no Japão, declarou-se culpado em tribunal de Nova York por traficar material nuclear, incluindo plutônio de uso militar, para um suposto general iraniano. A declaração foi feita como parte de uma investigação conduzida pela Administração de Repressão às Drogas (DEA). As informações são da rede CNN.

A operação teve início em 2021, quando Ebisawa negociou a venda de material nuclear a um agente da DEA disfarçado, que se passava por um general iraniano interessado no material para um programa de armas nucleares. Segundo o Departamento de Justiça, o acusado também confessou envolvimento com o tráfico internacional de drogas e armas.

Durante as negociações, Ebisawa afirmou que um líder de um grupo insurgente em Mianmar poderia fornecer o material nuclear necessário. A venda serviria para financiar uma compra de armas de grande porte, conforme indicava a acusação formal.

Ameaça nuclear (Foto: johnmenadue.com/Creative Commons)

“Como ele admitiu no tribunal hoje, Takeshi Ebisawa descaradamente traficou material nuclear, incluindo plutônio de grau militar, para fora da Birmânia”, disse o procurador interino dos EUA Edward Y. Kim, do Distrito Sul de Nova York.

Além do tráfico nuclear, Ebisawa planejava enviar grandes quantidades de heroína e metanfetamina para os Estados Unidos em troca de armamentos pesados, como mísseis terra-ar. Ele também lavava dinheiro proveniente dessas transações entre Nova York e Tóquio.

A investigação revelou que Ebisawa forneceu imagens de substâncias radioativas sendo medidas com contadores Geiger e documentos de análise laboratorial que indicavam a presença de urânio e tório.

Mianmar, país envolvido em conflitos civis desde 2021, tem recursos naturais valiosos e sofre com o narcotráfico. É um conhecido polo de atividades criminosas transnacionais, incluindo a mineração ilegal de materiais raros e radioativos.

Autoridades destacaram que Ebisawa atuava em uma rede criminosa global que abrangia países como Japão, Tailândia, Sri Lanka e Estados Unidos. Segundo Anne Milgram, administradora da DEA, o caso demonstra a capacidade da agência de desmantelar redes criminosas de grande escala.

Com uma possível pena de até 20 anos de prisão, Ebisawa aguarda a sentença definitiva. O Departamento de Justiça reforçou que as ações dele colocaram em risco a segurança nacional e internacional, além de evidenciar a conexão entre organizações criminosas e o tráfico de materiais estratégicos.

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