A mídia estatal chinesa pede uma retaliação “pública e dolorosa” contra o Reino Unido pelo bloqueio da Huawei das redes 5G do país. O motivo seria suposta interferência do governo norte-americano na decisão.
Em editorial, o jornal chinês “Global Times” opinou que a China não poderia permanecer “passiva”, caso contrário o país seria visto como “fácil de intimidar”. O diário, em língua inglesa, é alinhado ao Partido Comunista.
“Mas é desnecessário transformar [a situação] em um confronto entre China e Reino Unido. O Reino Unido não é os EUA, nem a Austrália, nem o Canadá. É um ‘elo fraco'”, diz o editorial. “No longo prazo, o Reino Unido não tem motivo para se voltar contra a China, uma vez dissipada a questão de Hong Kong”.
A publicação foi feita após o anúncio britânico da retirada das redes telefônicas da empresa chinesa do Reino Unido até 2027.
O episódio representa uma nova tensão de Beijing com os britânicos, que recentemente criticaram a lei de segurança nacional aprovada pela China para Hong Kong.
Influência dos EUA
Por outro lado, as autoridades chinesas tentam não aumentar o conflito entre as duas nações, culpando o bloqueio contra a Huawei à pressão norte-americana.
Em uma entrevista coletiva, o presidente norte-americano Donald Trump reivindicou o crédito pela mudança no Reino Unido e afirmou que nenhuma administração “foi mais dura com a China” do que a dele.
Segundo o presidente norte-americano, se algum país quiser fazer negócios com os EUA, não poderá usar os serviços oferecidos pela Huawei, por achar “um grande risco de segurança”.
A empresa chinesa é alvo de um processo nos EUA. A diretora financeira Meng Wanzhou é acusada de enganar o banco HSBC sobre o relacionamento da Huawei com uma empresa do Irã, alvo de sanções dos Estados Unidos.
Meng cumpre prisão domiciliar no Canadá desde dezembro de 2018, depois de um pedido do governo norte-americano. Atualmente, ela enfrenta caso de extradição na justiça canadense.