ONU insta Coreia do Norte a ‘abraçar a diplomacia’ após novo lançamento de míssil balístico

Artefato disparado pelo país comunista nesta semana tem um sistema supostamente capaz de alcançar a maioria dos pontos da Terra

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News

Os repetidos lançamentos de mísseis balísticos de longo alcance pela Coreia do Norte representam uma séria ameaça ao transporte aéreo e marítimo internacional, disse um alto funcionário da ONU (Organização das Nações Unidas) ao Conselho de Segurança na terça-feira (19). 

“Neste momento particularmente difícil para garantir a paz e a segurança globais, é imperativo acalmar a situação na Península Coreana para que esta se torne novamente uma área de cooperação”, disse Khaled Khiari, secretário-geral adjunto da ONU para Oriente Médio, Ásia e Pacífico.

Khiari informou o Conselho após o último lançamento, que ocorreu às 8h24, horário local, na segunda-feira (18), de acordo com a agência de notícias oficial norte-coreana e várias fontes governamentais.

O míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) do tipo Hwasong-18 voou uma distância de cerca de mil quilômetros e atingiu uma altitude de 6,5 mil quilômetros antes de cair no mar.

Desfile militar exibe míssil balístico da Coreia do Norte (Foto: WikiCommons)

Isto marcou o quinto lançamento de um ICBM neste ano, após um Hwasong-15 em fevereiro, um Hwasong-17 em março e mísseis de combustível sólido Hwasong-18 em abril e julho, disse o funcionário da ONU, acrescentando que os sistemas são supostamente capazes de alcançar a maioria dos pontos da Terra.

A Coreia do Norte também anunciou no mês passado que tinha realizado dois testes bem sucedidos de um novo motor para um míssil balístico de combustível sólido de alcance intermediário.

Condenação do secretário-geral 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou veementemente o lançamento de 18 de dezembro e instou Pyongyang a cumprir integralmente as suas obrigações internacionais ao abrigo de todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança.

Em sua declaração, o chefe da ONU também reiterou o apelo ao país “para reabrir os canais de comunicação e retomar o diálogo sem condições prévias para alcançar a paz sustentável e a desnuclearização completa e verificável da Península Coreana.”

Violando resoluções do Conselho 

Khiari sublinhou que o lançamento de mais um ICBM é motivo de séria preocupação, observando que, apesar das numerosas reuniões do Conselho sobre o assunto neste ano, a Coreia do Norte não atendeu ao seu forte apelo à abstenção.

“Além disso, lamentavelmente, a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) mais uma vez não emitiu quaisquer notificações de segurança aérea ou marítima. Os lançamentos não anunciados representam um sério risco para a aviação civil internacional e o tráfego marítimo”, afirmou Khiari, usando a sigla referente ao nome oficial do país. 

Ele lembrou que, em 21 de Novembro, a RPDC colocou em órbita com sucesso um satélite de reconhecimento utilizando tecnologia de mísseis balísticos, anunciando que iria lançar “vários satélites de reconhecimento num curto espaço de tempo”, acrescentou. 

“Reiteramos que qualquer lançamento pela RPDC utilizando tecnologia de mísseis balísticos é uma violação das resoluções relevantes do Conselho de Segurança e instamos veementemente a RPDC a abster-se de tais ações”, disse.

Abrace a diplomacia, abandone o isolamento 

Ele apelou aos membros do Conselho “para se unirem e fazerem pleno uso das ferramentas de diálogo, diplomacia e negociação, ao mesmo tempo que cumprem integralmente todas as resoluções do Conselho de Segurança”. Igualmente instou o país “a abraçar a diplomacia, em vez de escolher o isolamento, como caminho a seguir”.

Separadamente, Khiari também chamou a atenção para a situação humanitária na Coreia do Norte, sublinhando que a ONU está pronta para ajudar o país a responder às necessidades das suas populações vulneráveis. 

“Notamos que as viagens internacionais dentro e fora da RPDC estão agora ocorrendo a um ritmo crescente”, disse ele. “Instamos a RPDC a permitir a reentrada e rotação da comunidade internacional, incluindo o coordenador residente da ONU e as agências da ONU.” 

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