UE e Índia estudam retomar negociação para um acordo comercial

Bloco europeu e Nova Délhi devem oficializar retomada no sábado (13); tratativas emperraram em 2013 após divergências

A UE (União Europeia) e a Índia devem retomar as negociações para um acordo comercial abrangente no próximo sábado (8). O retorno das tratativas, paralisadas em 2013 em meio a divergências bilaterais, seria uma resposta à ascensão chinesa, apontou o britânico “Financial Times”.

Há oito anos, as partes interromperam as negociações após discordarem sobre regras tarifárias para autopeças e direitos de livre circulação para profissionais. O bloco, porém, tornou-se prioridade como forma de contrapesar a ascensão chinesa e os danos econômicos gerados pela pandemia.

O primeiro-ministro indiano Narendra Modi e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, discutiram o retorno em uma teleconferência na segunda (3), disse um funcionário da UE. “Há otimismo, mas ainda não é um negócio fechado”, afirmou.

UE e Índia se preparam para relançar negociação de acordo comercial em resposta à expansão da China
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em pronunciamento no encontro global de líderes promovido pela Bloomberg, em Nova York (EUA), em setembro de 2019 (Foto: Divulgação/Flickr/Mike Bloomberg)

O plano consistiria em uma “parceria de conectividade” em setores de energia, internet e transporte, com condições legais e termos de divida menos onerosos que os oferecidos por Beijing, disseram diplomatas. 

Um esboço prevê proteção de investimentos a produtos agrícolas especializados, como o champanhe francês e o chá indiano Darjeeling, adiantou a Reuters. Se efetivado, o acordo deve gerar até 8,5 bilhões de euros – o equivalente a R$ 55 bilhões – em benefícios ao bloco e à Índia.

A ascensão chinesa

O acordo entre Índia e UE deve concorrer com a iniciativa chinesa do Cinturão da Rota da Seda, lançado em 2013. O governo chinês adotou o programa de desenvolvimento para financiar projetos de infraestrutura em todo o mundo. Seu objetivo, no limite, seria a ampliação da influência global da China.

A estrutura já foi endossada por mais de 150 Estados e organizações internacionais – incluindo mais da metade dos 27 membros da UE. Há críticas, contudo, a respeito de normas de governança ambiental, além dos limites e condições de pagamento das dívidas aos países beneficiários.

O novo impulso entre a Índia e UE vem na esteira das pressões do Reino Unido para garantir seu próprio acordo comercial com Nova Délhi.

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