A alta comissária da ONU (Organização das Nações Unidas) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou nesta quinta (14) que a situação brasileira é “preocupante”. A informação é do colunista Jamil Chade, do UOL.
O motivo é o alto número de casos, e de mortes, pelo novo coronavírus no país. Complica a situação “a negação no começo por parte de importantes líderes políticos”, afirmou.
Para Bachelet, no Brasil “existem sinais por alguns grupos políticos que podem significar uma ameaça para a democracia”. A alta comissária, que foi presidente do Chile, não citou nomes.
Há “iniciativas positivas” mesmo em um ambiente em que, disse Bachelet, “alguns grupos provavelmente pensam que para lidar com qualquer tipo de problema é usando forças de segurança, militares e apelo a fechar o Congresso”.
A alta comissária citou o Pacto pela Vida, que uniu associações ligadas à imprensa, à Igreja, os advogados e os cientistas.
Em setembro de 2019, última vez que Bachelet criticou os direitos humanos no Brasil, criou-se uma crise diplomática.
O presidente Jair Bolsonaro atacou Bachelet afirmando que só havia democracia no Chile “graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época”.
O pai da ex-presidente chilena, Alberto, era opositor do golpe de Pinochet, em 1973. Morreu em fevereiro do ano seguinte, por infarto que teve relação direta com a tortura que sofreu, segundo legistas.