Consórcio para vacina global Covax tenta chegar à metade da meta de US$ 2 bi até 2021

Iniciativa multilateral beneficiará 92 países de baixa renda, mas foi ignorada por EUA, China e Rússia

Com o objetivo de reunir US$ 2 bilhões até dezembro, o Covax – fundo global para a produção e distribuição de vacinas contra a Covid-19 – só possui US$ 700 milhões em caixa.

A Gavi, instituição de produção de vacinas da Fundação Bill e Melinda Gates, publicou os dados nesta segunda (21). Os recursos têm chegado lentamente: em junho, o valor arrecadado era de US$ 600 milhões.

Até agora, 64 países contribuíram e há expectativa de que outros 34 se juntem ao grupo nas próximas semanas. A iniciativa do Covax deve beneficiar 92 países de baixa renda e tem como meta distribuir duas doses a toda população mundial até o final de 2021.

As três potênciais mundiais – Estados Unidos, China e Rússia –, no entanto, não estão no projeto. Os EUA, que anunciaram corte no financiamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) em abril, não integrarão o Covax para “evitar trabalhar” com a organização, que respalda a iniciativa.

Arrecadações para Covax ainda não têm 50% da meta estabelecida até dezembro
Testes da vacina contra a Covid-19 na Indonésia, em julho de 2020 (Foto: Flickr/Australian Embassy Jakarta)

Os norte-americanos encomendaram cerca de 1,6 bilhão de doses do laboratório AstraZeneca, que trabalha em uma vacina com a Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Já a China afirma que está com a produção de vacinas no estágio final dos testes clínicos. Algumas já foram aplicadas em funcionários públicos. Não há qualquer manifestação de Beijing a respeito de integrar o Covax.

O mesmo acontece com a Rússia, que, embora já tenha suas doses em fase de fabricação, ainda não confirmou a segurança e eficácia da imunização contra a Covid-19.

No dia 17, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, criticou o “egoísmo” das três potências. “Só estaremos seguros se todos estivermos”, disse.

“Isso não é caridade, é interesse de todos os países”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na segunda (21). “Ou afundamos ou nadamos juntos”.

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