Insegurança alimentar global deve crescer 82% até o fim de 2020, diz ONU

A projeção do PMA aponta que 270 milhões de pessoas estarão sujeitas à fome por conta da pandemia de Covid-19

A insegurança alimentar grave deve quase dobrar em todo o mundo até o fim de 2020, de acordo com o relatório mais recente do PMA (Programa Mundial de Alimentos). Divulgado no último dia 3, o material indica alta de 82%.

Isso significa mais 121 milhões de pessoas sujeitas à fome, sobretudo devido aos impactos da pandemia do novo coronavírus. Em 2020, o número de pessoas sob risco de passar fome atingirá um total de 270 milhões.

Comunidades urbanas em países de baixa e média renda estão sendo empurradas para a fome por causa da perda de emprego e pela queda abruta do envio de dinheiro de parentes que vivem no exterior.

Insegurança alimentar terá um aumento de 82% até o fim do ano
Distribuição de alimentos em Cité Soleil, Haiti, em 2010 (Foto: Marco Dormino/UN Photo)

Segundo o documento, a América Latina e o Caribe são as regiões mais impactadas pela crise de saúde pública. Nessa parte do mundo, 16 milhões de pessoas estarão em risco de ficar sem alimento suficiente.

A agência da ONU aponta maior preocupação com o Haiti, o corredor seco da América Central (do sul do México ao Panamá), o Equador, o Peru e os migrantes venezuelanos na Colômbia.

Na África Ocidental e Central, os efeitos da pandemia podem levar 57,5 milhões de pessoas à insegurança alimentar. Já no Oriente Médio, Ásia Central e norte da África, o número pode chegar a 53 milhões de pessoas.

Cerca de 49,6 milhões devem enfrentar a fome na Ásia e no Pacífico. A Covid-19 irá aprofundar a pobreza e a insegurança alimentar entre 42 milhões de pessoas na África Austral.

A menor projeção do PMA é para a África Oriental, onde espera-se que 41,5 milhões de pessoas sejam afetadas pela insegurança alimentar.

Ajuda humanitária

Para enfrentar o aumento da fome, o PMA executará a maior resposta humanitária da história da agência. Serão 138 milhões de beneficiados em 2020, contra o recorde de 97 milhões no ano passado.

O PMA pede uma ajuda de US$ 4,9 bilhões para ampliar a ação nos próximos seis meses. O valor representa 62% do orçamento total necessário até o final deste ano.

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