OMS alerta para possível novo surto de Covid-19 e vê países despreparados

Segundo dados do sistema de vigilância da ONU em 84 nações, porcentagem de testes positivos vem aumentando há várias semanas

“As infecções por Covid-19 estão aumentando em todo o mundo, inclusive nos Jogos Olímpicos, e é improvável que diminuam tão cedo.” O alerta foi feito nesta semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que vê o mundo despreparado para enfrentar um eventual novo surto.

Segundo os dados do sistema de vigilância implantado pela ONU (Organização das Nações Unidas), há várias semanas vem sendo registrado um aumento nos testes positivos, algo que atinge também os Jogos Olímpicos Paris 2024.

De acordo com a Dra. Maria Van Kerkhove, epidemiologista da OMS especializada em patógenos de alta ameaça e doenças infecciosas emergentes, há ao menos 40 casos de Covid-19 no evento esportivo que acontece na capital francesa. 

Vacinação contra a Covid-19 (Foto: divulgação/paho.org)

“No geral, a positividade do teste está acima de 10%, mas isso flutua por região. Na Europa, a porcentagem de positividade está acima de 20%”, disse ela. “Nos últimos meses, independentemente da estação, muitos países têm experimentado surtos de COVID-19, inclusive nos Jogos Olímpicos.”

A OMS alerta, ainda, que, à medida que o vírus continua a evoluir e se espalhar, há um “risco crescente de uma cepa mais grave do vírus que poderia escapar dos sistemas de detecção e não responder à intervenção médica.”

Para que o problema não aumente, a agência de saúde da ONU vem pedindo aos governos que fortaleçam as campanhas de vacinação, com os grupos de maior risco imunizados ao menos uma vez a cada 12 meses.

Entretanto, a entidade alerta que a situação é delicada, pois a disponibilidade de vacinas diminuiu substancialmente nos últimos 12 a 18 meses devido à queda na produção.

“Estou preocupada”, disse Van Kerkhove. “Com uma cobertura tão baixa e com uma circulação tão grande, se tivéssemos uma variante mais grave, a suscetibilidade das populações em risco de desenvolver doenças graves seria enorme.”

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