ONU lança cartilhas sobre estudos durante epidemia do coronavírus

Material dá dicas para comunidade escolar; entre sugestões está manter a rotina, com horários para as atividades
ONU lança cartilhas sobre estudos durante a pandemia do coronavírus (Foto: Eskinder Debebe/UN Photo)

A Unesco e a Unaids, agências das Nações Unidas para a educação e de combate à doença causada pelo vírus HIV, lançaram no último dia 10 cartilhas com dicas para pais, professores e alunos sobre rotinas de estudos durante a epidemia do novo coronavírus. A campanha foi desenvolvida em parceria com a rede social russa Odnoklassniki.

Ao todo, são 64 cartilhas como recomendações de especialistas sobre diversos tópicos relacionados aos estudos, trabalho em casa e bem-estar. Informações sobre higiene, relacionamento e lazer em tempos de isolamento social também estão incluídas no material.

Entre as recomendações está a de manter uma rotina mesmo durante o isolamento. “Quarentena não é férias. É importante acordar e dormir no mesmo horário, tirar intervalos ao longo do dia para descansar”, aponta o material.

Fazer planos de estudo com uma semana de antecedência, escolher locais separados de estudo e de lazer e evitar criar altas expectativas sobre eventuais resultados são algumas das dicas.

No conteúdo destinado aos pais, as cartilhas abordam maneiras de explicar e responder a possíveis perguntas das crianças sobre o coronavírus.

Todas as cartilhas estão disponíveis em inglês no site da UNESCO.

Ensino superior

Com escolas e universidades fechadas e calendários acadêmicos suspensos em todo mundo, a vida acadêmica de milhões de estudantes e a saúde financeira das instituições de ensino preocupa especialistas.

Na última segunda (13), a Unesco divulgou um estudo sobre os impactos da pandemia do coronavírus no ensino superior, com recomendações para a tomada de decisão de governos e instituições acadêmicas.

Segundo a publicação, entre as consequências do isolamento social está a do abandono da universidade por estudantes que não tem um ensino contínuo de qualidade ou acompanhamento individualizado.

Na América Latina e no Caribe, por exemplo, o isolamento social requer que os alunos tenham conexão à internet em suas casas para acompanhar aulas à distância. Nessa região, apenas metade das casas está conectada.

A situação também desafia as instituições a pensarem em melhores planos pedagógicos em plataformas online. A situação financeira também é um problema, e tende a se agravar atingindo sobretudo educadores contratados temporariamente ou de modalidades práticas, como educação física.

“A entrada de recursos pode cessar, gerando problemas de sobrevivência financeira. Isso pode ser crítico para universidades privadas que não podem garantir a continuidade de um ensino virtual. É provável que elas tenham que suspender temporariamente a cobrança de mensalidade e algumas podem até fechar”, destaca o estudo.

Diante da pandemia, a Unesco recomenda que essas instituições se preparem para reabrir em um cenário econômico negativo, marcado até pelo corte de investimento público na educação. Por outro lado, a agência da ONU aponta que os governos devem garantir incentivos e financiamentos para as instituições de ensino superior.

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