O aumento da repressão aos protestos em Belarus atingiu em cheio a imprensa local: mais de 50 sites de notícias foram bloqueados, dois grandes jornais estão fechados e pelo menos seis jornalistas foram expulsos do país desde que as manifestações começaram, no dia 9.
Um dos canais cortados, o site “Virtual Brest“, teve acesso à ordem que os retirou do ar após dias de insistência, nessa terça (25).
No documento, o governo bielorrusso afirma que o motivo para o bloqueio é a proibição de “propaganda de guerra” ou mensagens que prejudiquem os interesses do país.
Os bloqueios reforçaram os protestos à questionada reeleição de Alexander Lukashenko, que comanda o país há 26 anos.
Conforme a Associação dos Jornalistas de Belarus, dezenas de profissionais foram detidos e perseguidos durante a campanha eleitoral e os protestos.
Dois dos jornalistas expulsos do país foram presos pela polícia na capital, Minsk, na sexta (21) e levados para Smolensk, no oeste da Rússia. Lá, foram proibidos de entrar em Belarus por cinco anos. O governo não explicou os motivos, denunciou a RFE.
Ainda na sexta (21), a editora estatal alegou problemas e parou de imprimir os dois jornais independentes do país, “Narodnaya Volya” e “Komsomolskaya Pravda”.
Violência aumenta
Mesmo sem números exatos, a estimativa é que a dura resposta policial do país já tenha prendido milhares de pessoas. Alguns policiais postaram vídeos queimando as próprias fardas e ignorando as ordens superiores.
Lukashenko, no entanto, não se intimida pela pressão. Ele insiste que os protestos ameaçam a existência de Belarus como país e dá sinal positivo ao aumento da violência contra os manifestantes, relatou a RFE.
As manifestações em apoio a Lukashenko no país têm sido cada vez menores e mais espaçadas. No sábado (22), um passeio de bicicleta manifestou apoio ao presidente, reportou o “The New York Times“. Cerca de 25 pessoas compareceram.