União Europeia prepara sanções contra Belarus após violência nas ruas

Presidente de Belarus, Aleksander Lukashenko, ofereceu reforma na Constituição, mas não quer deixar cargo

Em resposta aos ataques violentos durante os protestos que ocorrem em Belarus, a UE (União Europeia) informou nessa segunda (17) que já convocou uma reunião e trabalha em sanções contra o país.

Em comunicado, a UE cita que os envolvidos nos atos de violência, repressão de protestos pacíficos e falsificação de resultados eleitorais serão responsabilizados.

O documento foi emitido no mesmo dia em que o presidente reeleito pela sexta vez, Aleksander Lukashenko, foi recebido com vaias e pedidos de renúncia em uma fábrica local.

Belarus: Lukashenko diz que fará alterações, mas não sob pressão
Registro de protestos contra fraude eleitoral na capital da Belarus, Minsk, em 2010 (Foto: Flickr/Isabel Sommerfeld)

De acordo com a Reuters, ele afirmou aos trabalhadores de uma das grandes plantas fabris estatais do país que vai submeter alterações e entregar os seus poderes constitucionais – mas não sob a pressão das ruas.

“Sim, eu não sou um santo. Vocês conhecem o meu lado severo. Eu não sou eterno, mas se vocês arrastarem o primeiro presidente, arrastarão os países vizinhos e todo o resto”, afirmou ele.

Em seguida, Lukashenko ofereceu-se para mudar a Constituição. “Já realizamos eleições. Até vocês me matarem, não haverão outras”, pontuou. As pessoas podem realizar eleições parlamentares e presidenciais após o referendo se for o que desejarem, completou ele.

No domingo (16), Belarus viveu o maior protesto de sua história pós-soviética. Centenas de milhares foram às ruas para participar da Marcha da Liberdade.

O objetivo pedir a libertação das todas as pessoas detidas ilegalmente, julgamento da brutalidade policial e novas eleições presidenciais.

A onda de protestos se intensificou desde a prisão do então oponente eleitoral de Lukashenko, Sergei Tikhanovsky. Na semana passada, a sua esposa e candidata derrotada, Svetlana Tikhanovskaya, deixou o país por medo de perseguição e está na Lituânia.


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