Em meio à pior recessão em décadas, ONU pressiona lideranças por alternativas

Medidas são estudadas por ministros há três meses e serão apresentadas durante a Assembleia Geral da ONU

A secretária-geral adjunta da ONU (Organização das Nações Unidas), Amina Mohammed, instou os ministros das Finanças dos países-membros a buscar alternativas para combater a crise gerada pela pandemia do coronavírus nesta terça (8).

Em meio à pior recessão global em décadas, a representante das Nações Unidas solicitou a apresentação de políticas ambiciosas para uma recuperação pós-covid em curto prazo.

As sugestões serão apresentadas no próximo dia 29, durante a Assembleia Geral da ONU. O evento, que neste ano será remoto, começa na próxima terça (15).

Divididos em seis grupos de discussão, os ministros trabalham nas ações há três meses. Ainda que algumas economias tenham apresentado razoável resiliência, a maioria dos mercados emergentes padeceu desde março.

Pior recessão em décadas se aproxima e ONU pressiona lideranças para alternativas
Amina Mohammed em discurso na cerimônia de abertura da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (WSIS, em inglês), em março de 2018, em Genebra, na Suíça (Foto: ITU/D.Woldu)

Os países mais atingidos são os que têm sua economia baseada no turismo. Nas alternativas, os ministros também devem focar grupos muito afetados pela crise, como mulheres e minorias.

“Estejam prontos juntos para repensar um sistema financeiro global que funcione nestes tempos sem precedentes”, disse Amina.

Crise inédita

A ONU estima que o PIB (Produto Interno Bruto) mundial sofrerá uma queda de quase 5% em 2020. O investimento estrangeiro e as remessas também devem cair 40% e 20%, respectivamente.

A crise empurrará até 100 milhões de pessoas para a pobreza extrema e mais de 265 milhões podem enfrentar grave escassez de alimentos até o final do ano. Desde o início de 2020, o corte de empregos chegou à marca dos 400 milhões. As mulheres são as mais afetadas.

Com as escolas fechadas, cerca de 1,6 bilhão de crianças e adolescentes tiveram estudos interrompidos. Entre os estudantes refugiados a situação é considerada gravíssima, já que a maioria não deve retornar à escola.

“Encontrar soluções imediatas e duradouras é a nossa responsabilidade”, concluiu a representante das Nações Unidas.

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