Bachelet cita ameaça nuclear e diz que invasão russa é ‘perigoso capítulo na história’

“O aumento das ameaças sobre armas nucleares salienta a gravidade dos riscos para toda a humanidade”, disse a alta comissária da ONU

A invasão da Ucrânia pela Rússia “abriu um novo e perigoso capítulo na história”. A declaração partiu da alta comissária da ONU (Organização das Nações Unidas) Michelle Bachelet, que se manifestou durante sessão especial do Conselho de Direitos Humanos, nesta quinta-feira (3), em Genebra. 

Bachelet afirmou que o ataque, que começou em 24 de fevereiro, causa “um impacto enorme nos direitos humanos de milhões de pessoas pela Ucrânia”, enquanto “o aumento das ameaças sobre armas nucleares salienta a gravidade dos riscos para toda a humanidade”.  

Ela mencionou uma série de operações militares que estão acontecendo na capital Kiev e em outras cidades ucranianas. Até a noite de quarta-feira (2), o Escritório da Alta Comissária para os Direitos Humanos tinha registrado e confirmado as mortes de 249 civis, incluindo 15 crianças.  Mais de 550 pessoas ficaram feridas.

O conflito está ocorrendo com artilharia pesada, foguetes e ataques aéreos em áreas residenciais. Bachelet pediu o fim imediato do uso da força, por haver inclusive danos a hospitais, escolas e jardins de infância.  

Segundo a ONU, 2 milhões de ucranianos já fugiram de suas casas: 1 milhão estão deslocados dentro do país, enquanto outro milhão pediu refúgio em nações vizinhas, especialmente Polônia. Muitos estão chegando a pé ou de bicicleta em temperaturas abaixo de zero. A Acnur (Agência da ONU para Refugiados) calcula que 4 milhões de pessoas poderão deixar a Ucrânia nas próximas semanas.  

Alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet (Foto: UN Women/Catianne Tijerina)

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos também informou que está monitorando os relatos de discriminação contra africanos e asiáticos que tentam sair da Ucrânia.  E lembra que 10 milhões de civis continuam no país correndo risco de morte. 

No Conselho de Direitos Humanos, ela fez um apelo por “total acesso da entrega de assistência humanitária” e pediu “proteção completa dos civis e dos soldados capturados, como exige a lei internacional humanitária”.  

Bachelet lembrou que, na próxima segunda-feira (7), o Tribunal Penal Internacional (TPI) começará a discutir medidas ligadas ao conflito, sendo que o promotor-chefe da corte já começou o processo para uma investigação sobre crimes de guerra e contra a humanidade cometidos durante a ofensiva russa.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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