Itália congelou o equivalente a dois bilhões de euros em ativos de oligarcas russos

Segundo a unidade de combate à lavagem de dinheiro do Banco da Itália, entre os bens estão contas bancárias, mansões, iates e carros de luxo

O governo da Itália anunciou na terça-feira (4) que congelou o equivalente a dois bilhões de euros em ativos pertencentes a oligarcas russos, uma medida inserida no pacote de sanções impostas pelas nações ocidentais a Moscou em consequência da guerra da Ucrânia. As informações são da agência Reuters.

Em seu balanço anual, a unidade de combate à lavagem de dinheiro do Banco da Itália disse que entre os bens congelados estão contas bancárias, mansões, iates e carros de luxo. A ação está atrelada às sanções impostas pela União Europeia (UE), e os valores dos ativos foram atualizados em junho deste ano.

Na lista, o que mais chama a atenção é a presença de iates, vez que a Itália sempre foi, ao menos até o começo da guerra, um dos locais favoritos dos oligarcas para ancorar suas multimilionárias embarcações.

Alisher Usmanov, magnata russo-uzbeque do setor dos metais e telecomunicações, chegou a ingressar na Justiça para tentar reaver suas propriedades confiscadas, no valor de aproximadamente 80 milhões de euros. Ele, no entanto, perdeu a ação.

O iate Scheherazade, suspotamente de Putin, apreendido na Itália (Foto: Creative Commons)
Iates multimilionários

Desde o início da guerra da Ucrânia, no dia 24 de fevereiro de 2022, inúmeros bens de oligarcas do círculo íntimo do presidente russo Vladimir Putin foram apreendidos. Entre eles, dois aviões particulares de Roman Abramovich, avaliados em mais de US$ 400 milhões e que violavam as leis de exportação e sanções dos EUA, e um superiate de propriedade russa avaliado em US$ 325 milhões.

Em dezembro do ano passado, o Congresso norte-americano aprovou uma lei permitindo que vários desses ativos apreendidos fossem transferidos para a Ucrânia como reparação pela guerra. Em abril deste ano, o DoJ entrou com um pedido para que a normativa legal seja ampliada, passando a abranger ainda mais bens e fundos russos.

Já em maio, Washington aprovou a primeira remessa para Kiev de fundos apreendidos de oligarcas russos. No caso, o dinheiro pertencia a Konstantin Malofeyev, proprietário do canal de TV cristão ortodoxo Tsargrad.

Por sua vez, o governo italiano apreendeu em maio do ano passado o superiate Scheherazade, avaliado em US$ 700 milhões e supostamente de propriedade do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

A embarcação, porém, não está oficialmente registrada no nome do líder russo. Tanto que, embora tenha confirmado a apreensão, o governo italiano não citou o nome de Putin. O Ministério das Finanças disse apenas que as investigações apontam “ligações econômicas e comerciais significativas” entre o beneficiário do iate e “elementos proeminentes do governo russo”.

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