Marcha LGBTQIA+ é cancelada em Tbilisi devido à violência de grupos conservadores

Evento que aconteceria nesta segunda-feira foi suspenso quando grupos tentaram invadir a sede dos organizadores

Um marcha organizada por entidades LGBTQIA+ foi cancelada devido à violência de grupos conservadores em Tbilisi, capital da Geórgia, nesta segunda-feira (4). As informações da agência Reuters.

Ativistas planejavam um evento de cinco dias para celebrar o Orgulho LGBTQIA+, entre eles uma “Marcha pela Dignidade” no centro de Tbilisi. Antes de a marcha começar, conservadores foram às ruas com o intuito de atacar os manifestantes, que então cancelaram o evento.

No Twitter, muitas pessoas postaram fotos e vídeos de pessoas tentando invadir a sede da entidade que coordenava a marcha.

“Estamos apenas tentando sobreviver e evitar as pessoas que estão vagando pelas ruas”, disse o diretor da Tbilisi Pride Giorgi Tabagari, referindo-se aos agressores que perseguiam manifestantes pelas ruas. Ele disse ainda que “quase foi morto” quando uma multidão cercou seu carro enquanto ele deixava o prédio da ONU (Organização das Nações Unidas) no centro de Tbilisi após uma reunião.

Jornalistas que cobriam as manifestações também foram hostilizados e atacados. Um repórter deixou o local com sangue na boca, e um homem de moto foi visto perseguindo um grupo de jornalistas. Outros três profissionais da mídia local foi perseguido e só conseguiram escapar com a ajuda a polícia.

Após o cancelamento da manifestação, conservadores cantaram músicas patrióticas para celebrar, e uma missa foi rezada em frente ao prédio do Parlamento.

Marcha LGBTQIA+ é cancelada em Tbilisi devido à violência de grupos conservadores
Homem tenta invadir sede de grupo LGBTQIA+ em Tbilisi, na Geórgia (Foto: reprodução de vídeo)

Conservadorismo religioso

A oposição à marcha partiu de líderes religiosos da Geórgia, que condenaram a manifestação e conclamaram seus apoiadores a “mostrar ao mundo que qualquer tentativa de denegrir a imagem do nosso povo é totalmente inaceitável”. Pastores estavam entre os agressores nesta segunda, segundo o site da organização Openly.

O governo georgiano, através do Ministério do Interior, disse que a marcha deveria ser cancelada para “evitar violência”. Já o premiê Irakli Garibashvili afirmou que “não seria razoável” realizar a marcha, citando o risco de confrontos e o fato de que a manifestação não é aceita pela maioria da população.

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