Um marcha organizada por entidades LGBTQIA+ foi cancelada devido à violência de grupos conservadores em Tbilisi, capital da Geórgia, nesta segunda-feira (4). As informações da agência Reuters.
Ativistas planejavam um evento de cinco dias para celebrar o Orgulho LGBTQIA+, entre eles uma “Marcha pela Dignidade” no centro de Tbilisi. Antes de a marcha começar, conservadores foram às ruas com o intuito de atacar os manifestantes, que então cancelaram o evento.
No Twitter, muitas pessoas postaram fotos e vídeos de pessoas tentando invadir a sede da entidade que coordenava a marcha.
Ayer, unos extremistas en Tiblisi (Georgia ??) treparon por una fachada para amedrentar a los activistas LGTBI de @TbilisiPride y arrancaron sus banderas arcoiris ?️? mientras una multitud les jaleaba. Escalofriante pic.twitter.com/aVf3AjQtSk
— ?️?Rubén López ?? (@rubenlodi) July 5, 2021
“Estamos apenas tentando sobreviver e evitar as pessoas que estão vagando pelas ruas”, disse o diretor da Tbilisi Pride Giorgi Tabagari, referindo-se aos agressores que perseguiam manifestantes pelas ruas. Ele disse ainda que “quase foi morto” quando uma multidão cercou seu carro enquanto ele deixava o prédio da ONU (Organização das Nações Unidas) no centro de Tbilisi após uma reunião.
Jornalistas que cobriam as manifestações também foram hostilizados e atacados. Um repórter deixou o local com sangue na boca, e um homem de moto foi visto perseguindo um grupo de jornalistas. Outros três profissionais da mídia local foi perseguido e só conseguiram escapar com a ajuda a polícia.
Após o cancelamento da manifestação, conservadores cantaram músicas patrióticas para celebrar, e uma missa foi rezada em frente ao prédio do Parlamento.
Conservadorismo religioso
A oposição à marcha partiu de líderes religiosos da Geórgia, que condenaram a manifestação e conclamaram seus apoiadores a “mostrar ao mundo que qualquer tentativa de denegrir a imagem do nosso povo é totalmente inaceitável”. Pastores estavam entre os agressores nesta segunda, segundo o site da organização Openly.
O governo georgiano, através do Ministério do Interior, disse que a marcha deveria ser cancelada para “evitar violência”. Já o premiê Irakli Garibashvili afirmou que “não seria razoável” realizar a marcha, citando o risco de confrontos e o fato de que a manifestação não é aceita pela maioria da população.