Ministra britânica diz que Europa precisa acabar com a dependência do gás russo

Em evento da ONG Chatham House nesta quarta em Londres, Liz Truss instou Estados membros da União Europeia (UE) a darem fim a essa submissão

A ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, declarou nesta quarta-feira (8) que a Europa se tornaria cada vez mais dependente do gás natural russo se Moscou conseguisse o que queria. Diante dessa atmosfera, para a autoridade, é hora de os Estados-Membros da União Europeia (UE) darem fim a essa submissão, informou a agência Reuters.

“A UE depende da Rússia para mais de 40% de seu gás, e, com alguns países, Moscou tem um monopólio completo de fornecimento. Se eles conseguirem o que querem, a Europa estará cada vez mais dependente do combustível russo”, disse Truss ao think tank da Chatham House, organização não governamental sediada em Londres.

Truss sugeriu “acabar com esta dependência estratégica”, acrescentando que no mesmo dia ela se encontraria com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, para fortalecer seus laços e reforçar a posição do Reino Unido de que a iminente invasão russa ao país vizinho “seria um erro”.

A ministra das Relações Exteriores Liz Truss durante discurso nesta quarta (8) sobre Política Externa em Londres (Foto: UK Government/Flickr)

Por que isso importa?

A Europa enfrenta uma grave crise no setor de gás natural, cujos preços subiram a níveis preocupantes nos últimos meses. E o problema tem Alemanha e Rússia como protagonistas.

No centro da questão está o gasoduto Nord Stream 2, projetado para fornecer gás russo diretamente para a Alemanha através do Mar Báltico, contornando a Ucrânia e a Polônia. Apesar da necessidade europeia de ampliar urgentemente a oferta de gás natural em meio à crise do setor, a obra divide opiniões, com os Estados Unidos encabeçando a oposição.

Os críticos sustentam que o novo gasoduto não é compatível com as metas climáticas europeias, acentua a dependência das exportações russas de energia e potencialmente aumentará a influência exercida pelo presidente Vladimir Putin na região. Já a Rússia e Alemanha defendem a iniciativa como “puramente comercial”, uma forma de atender à crescente demanda por gás no continente.

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