Na Bósnia, refugiados incendeiam campo de Lipa em protesto contra a falta de recursos

Fogo logo se alastrou aos frágeis abrigos do local; toda a estrutura foi destruída ou ficou danificada, disse a OIM

O grande incêndio desta quarta-feira (23) no campo de refugiados de Lipa, ao noroeste da Bósnia e Herzegovina, foi iniciado em protesto pelas escassas condições e recursos no local, apontou a emissora de Sarajevo N1. Não há registro de vítimas.

Os migrantes teriam ateado fogo em três barracas e contêineres depois que parte dos refugiados deixou o local. Com a fragilidade dos abrigos, o incêndio se alastrou rapidamente.

O campo de refugiados de Lipa é o epicentro de um impasse na crise migratória da Bósnia. Autoridades adiaram seu fechamento por semanas ao ter de lidar com o atraso à acomodação dos mais de 1,5 mil abrigados no local improvisado.

No Twitter, o chefe da Organização Internacional para Migrações (OIM), Peter Van der Auweraert, relatou que o Corpo de Bombeiros da cidade de Bihac conteve o incêndio, mas que praticamente toda a infraestrutura foi destruída ou danificada. “Dia terrível”, classificou.

Na Bósnia, refugiados incendeiam campo de Lipa em protesto a falta de recursos
Registro do incêndio no campo de refugiados de Lira, na Bósnia, em dezembro de 2020 (Foto: Reprodução/OIM)

Condições precárias

Em Lira, os refugiados não tinham acesso a eletricidade, água encanada, esgoto ou qualquer proteção ao frio do inverno dos Balcãs, onde são comuns temperaturas de até 12ºC negativos.

Na segunda (21), o governo bósnio decretou que os refugiados deveriam deixar o local até domingo (27) para facilitar a instalação de contêineres de acomodação.

Sem ter para onde ir, os migrantes se dirigem às cidades vizinhas, apesar dos conflitos com cidadãos locais. Em setembro, outro campo foi fechado após apelos para “manter os migrantes longe das áreas urbanas”, registrou a Associated Press.

A Bósnia se tornou rota para milhares de migrantes que esperam chegar à União Europeia (UE). A maioria permanece na região de Krajina, ao noroeste do país, próximo à fronteira com a Croácia.

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