A última pesquisa do Instituto Gallup, publicada nesta quarta (23), aponta que a aceitação a migrantes reduziu em todos os países do mundo em comparação a 2016. A pontuação global “índice de proximidade pessoal com deslocados” caiu de 5,34 para 5,21 entre 2016 e 2019.
O índice despencou em países como a Bélgica e Suíça, onde partidos de direita anti-imigração conquistam um espaço cada vez maior entre os eleitores.
Na América Latina, a percepção positiva sobre os imigrantes caiu mais de dois pontos percentuais no Peru, Equador e Colômbia. Entre os colombianos, apenas 29% acreditam que os deslocados apresentam benefícios ao país. Em 2016, 61% viam os migrandes de forma positiva.
Os países absorveram milhões de venezuelanos desde 2015. Ainda que tenham sido receptivos no início da onda migratória, o aprofundamento da crise econômica e o aumento do desemprego ensejaram na opinião pública uma visão mais pessimista.
As leis controversas instituídas na Índia no final de 2019 também reduziram a boa imagem dos migrantes. A legislação aprovada pelo premiê Narendra Modi, tradicionalista hindu, oferece caminhos à cidadania dos deslocados que se instalam no país, mas exclui muçulmanos.
Aceitação menor
A pesquisa entrevistou cidadãos de 145 países no ano passado e concluiu que países como a Hungria, Croácia, Letônia e Eslováquia continuam sendo os que menos aceitam a entrada de migrantes.
Além desses, Tailândia, Bósnia e Herzegovina e Turquia também reduziram drasticamente a sua visão positiva sobre os refugiados.
Desde 2014, a Turquia acolheu a maior população de deslocados do mundo: quatro milhões estão registrados no país. Desses, ao menos 3,57 milhões vieram da Síria.
Aceitação maior
O Canadá é atualmente o país que mais aceita migrantes do mundo. Na sequência vêm Islândia e Nova Zelândia.
No Chile, a aceitação aumentou mesmo depois que o país acolheu centenas de milhares de refugiados venezuelanos. O volume, no entanto, é menor em relação à Colômbia.
Já a Moldávia, pequeno país na ponta oriental da Europa, também vê os migrantes com maior positividade. A Gallup relacionou o movimento com a redução no fluxo dos trabalhadores migrantes turcos, azeris e uzbeques para o país.
A maioria trabalha em empresas estrangeiras e leva fundos da União Europeia a diferentes projetos do governo e do setor privado da Moldávia, segundo a pesquisa.