Na Moldávia, Parlamento remove poder da presidente sobre inteligência

Decisão antecede posse de Maia Sandu, presidente eleita favorável à aproximação da ex-nação soviética com UE

O Parlamento da Moldávia decidiu nesta quinta (3) transferir o controle da agência de inteligência do país aos legisladores. Até então, o setor era administrado pelo presidente Igor Dodon, pró-Kremlin.

A decisão – sancionada pela maioria dos parlamentares favoráveis a Dodon – antecede o ambiente de hostilidade com que a presidente eleita no dia 15, Maia Sandu, deve iniciar o governo. A ex-Banco Mundial assume o cargo antes de janeiro.

Mesmo com a vitória nas urnas, Sandu enfrentará os políticos alinhados à Rússia e a Dodon, que dominam o Parlamento. “A agência deve ficar sob gestão do Parlamento, já que a Moldávia é uma república parlamentar”, alegam os líderes.

Presidente da Moldávia perde poder sobre agência de inteligência, decide Parlamento
Parlamento da Moldávia, em Chisinau, agosto de 2016 (Foto: WikiCommons/Helicon Filter)

O mesmo grupo transferiu a jurisdição da agência de inteligência da Moldávia, o SIS (Serviço de Informação e Segurança), à presidência de Dodon em junho de 2019. Conforme a Radio Free Europe, os legisladores aprovaram o projeto com 51 dos 101 votos.

Em nota, Sandu acusou o grupo pró-Dodon de tentar minar o próximo governo. “As pessoas nos escolheram para punir os ladrões. Essa é a prova de que eles só querem proteger as velhas redes de corrupção”, afirmou.

Além da lei aprovada, os legisladores pró-Moscou elaboraram uma legislação para conceder um status especial ao idioma russo. A língua é falada no lado romeno do país, entre a Ucrânia e Romênia – um Estado-membro da União Europeia.

Quando eleita, Sandu destacou a vontade de aproximar laços entre a antiga nação soviética e o bloco europeu.

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