Rússia acusa EUA de ‘conspiração’ para destituir presidente da Moldávia

Rússia acusa EUA de tramar protestos para derrubar o presidente pró-Kremlin, Igor Dodon, após eleição

A Rússia acusou os EUA de “conspirar” para destituir o presidente da Moldávia, Igor Dodon, em mais uma “revolução das cores”. As acusações foram veiculadas pela agência estatal russa Tass, nesta terça (20).

A Moldávia é uma pequena república ex-soviética entre a Ucrânia e a Romênia, esta última parte da UE (União Europeia). A acusação remete às revoluções rosa, na Geórgia, em 2003, e laranja, na Ucrânia, no ano seguinte.

De acordo com o chefe do Serviço de Inteligência Externa da Rússia, Sergei Naryshkin, Washington encoraja a oposição a armar protestos em massa caso o político pró-Kremlin seja reeleito nas eleições de novembro.

Segundo Naryshkin, diplomatas norte-americanos estariam pedindo aos órgãos da Moldávia para que “não interrompam os protestos” no país após a suposta reeleição de Dodon.

“Eles não estão satisfeitos com Dodon, que apoia as relações construtivas com os países da CEI [Comunidade dos Estados Independentes], incluindo a Rússia”, pontuou.

Naryshkin ainda afirmou que os protestos na Belarus e no Quirguistão foram incentivamos pelo governo dos EUA.

Em Minsk, uma onda de protestos tomou o país desde a sexta reeleição do presidente Alexsander Lukashenko, em 9 de agosto. Com forte repressão e centenas de prisões, os bielorrussos protestam contra fraude eleitoral e a ditadura no país.

Já no Quirguistão, manifestações violentas derrubaram o presidente pró-Rússia, Sooronbai Jeenbekov, após eleições parlamentares do dia 4. No pleito, apenas quatro dos 16 partidos do país alcançaram o mínimo de 7% dos votos para ingressar no Parlamento – duas siglas tinham laços estreitos com Jeenbekov.

De acordo com Naryshkin, os norte-americanos “se intrometem” nos assuntos internos dos países que fazem fronteira com a Rússia e mantém relações próximas com o Kremlin.

Segundo autoridades russas, o Ocidente coopera em uma trama para desestabilizar a Rússia e sua “área de influência”. Washington não se manifestou.

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