Nesta quarta-feira (22), o presidente russo, Vladimir Putin, equiparou as mortes em Gaza às que ocorrem no front em território ucraniano. Em uma transmissão ao vivo na cúpula virtual do G-20, o chefe do Kremlin expressou choque diante dos conflitos que ocorrem na Ucrânia desde 2014, destacando a situação em Donbass. As informações são da agência Reuters.
Putin sublinhou a gravidade do “extermínio da população civil na Palestina e em Gaza”, considerando ambas as situações como tragédias. Ele enfatizou a necessidade de buscar maneiras de prevenir essas crises, reconhecendo que “a ação militar é sempre uma tragédia” que afeta pessoas, famílias e países inteiros.
Putin alegou que foi Kiev que se recusou a negociar e bloqueou o caminho para o diálogo, enquanto Moscou sempre esteve disposta a dar esse passo. Argumentando que a Rússia busca justiça na Ucrânia, o presidente russo afirmou que o estresse na economia global resulta das ações de outros países, não da nação que dirige.
Aos líderes das 20 principais economias, Putin também destacou a necessidade de considerar medidas para interromper a “tragédia” da guerra na Ucrânia, sendo algumas de suas declarações mais conciliatórias sobre o conflito até o momento.
“Deveríamos pensar em como parar esta tragédia”, disse Putin. “A propósito, a Rússia nunca recusou negociações de paz com a Ucrânia.”
A “operação militar especial” russa na Ucrânia, segundo a narrativa do Kremlin, visa “desnazificar” e “desmilitarizar” o país, além de proteger a população de língua russa. No entanto, o Ocidente vê a campanha iniciada em fevereiro de 2022 como uma guerra de agressão.
Putin, aliás, referiu-se ao conflito durante a cúpula utilizando a palavra “guerra” em vez do termo oficial do governo.
Desde fevereiro de 2022, os confrontos na Ucrânia resultaram em centenas de milhares de mortos ou feridos, enquanto milhões foram deslocados, e vastas áreas no sul e leste do país foram devastadas.
Em março deste ano, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra Putin por crimes de guerra, fruto da denúncia de que a Rússia deporta e transfere ilegalmente crianças ucranianas para seu território.