Nesta quarta-feira (22), teve início em Nova Délhi a cúpula virtual do G-20, liderada pela Índia e presidida pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. O encontro fechado, que ocorre em meio ao conflito entre Israel e Hamas, reúne os líderes das 20 principais economias globais, o presidente da União Africana (UA), nove países convidados e os líderes de 11 organizações internacionais. As informações são do jornal The Hindu.

O evento, que visa a impulsionar a efetiva implementação de decisões, foi descrito como “raro e bastante excepcional” pelo sherpa indiano (alusão aos guias que atuam em altas montanhas) do G-20, Amitabh Kant.

A reunião marca a segunda vez, em pouco mais de dois meses, que Modi recebe os líderes do G-20, sendo a primeira uma cúpula física em setembro, seguida agora por uma versão virtual. A iniciativa inovadora foi destacada por Kant, que ressaltou que nenhuma outra presidência realizou uma reunião física seguida por uma virtual.

Nesta semana, a China confirmou a participação do primeiro-ministro Li Qiang. A presença do presidente russo, Vladimir Putin, também é certa. Tanto Putin quanto seu homônimo chinês, Xi Jinping, estiveram ausentes da cúpula anterior, este último por conta do momento de turbulência entre Beijing e Nova Délhi, principalmente devido a disputas na fronteira.

Com Ottawa confirmando a participação do premiê Justin Trudeau na cúpula, este será o primeiro encontro virtual entre ele e seu homônimo indiano. As relações entre Índia e Canadá ficaram tensas após as alegações de Trudeau em setembro sobre um possível envolvimento de agentes indianos no assassinato do separatista Khalistani Hardeep Nijjar. Nova Délhi classificou as alegações como “absurdas” e “motivadas”, rejeitando-as.

A cúpula ocorre no mesmo momento em que Israel aprovou um cessar-fogo temporário com o grupo político e militar palestino Hamas, marcando a primeira interrupção dos combates na guerra que já dura seis semanas.

A reunião virtual dos líderes do G-20 ocorre no dia seguinte à reunião extraordinária do BRICS, que abordou a crise humanitária em Gaza. Tel Aviv enfrenta críticas crescentes devido à morte de numerosos civis, incluindo mulheres e crianças, durante suas operações militares no enclave.

Com o mandato da Índia no G-20 chegando ao fim este mês, o Brasil está pronto para assumir a liderança no grupo no dia 1º de dezembro.