Nesta quarta-feira (9), o porta-voz da Marinha ucraniana, capitão Dmytro Pletenchuk, relatou que outro navio de guerra russo estava deixando a Crimeia anexada. Ele escreveu em sua página do Facebook: “Outro pequeno navio russo está saindo da Crimeia. Corra, [Forrest], corra!”, segundo informações da revista Newsweek, que não conseguiu verificar de forma independente as alegações.
A Rússia teve que realocar muitos de seus navios de guerra da Crimeia para sua base em Novorossiysk, na região russa de Krasnodar, devido aos ataques contínuos da Ucrânia contra suas embarcações, enquanto Kiev busca reverter a anexação da península pela Rússia em 2014.
Na quarta-feira, o canal russo no Telegram Crimean Wind relatou que a corveta de mísseis guiados russa da classe Bora, Projeto 1239, foi vista deixando a península do Mar Negro, acompanhada por um barco patrulha, um dia antes.

O hovercraft de mísseis Projeto 1239 da Rússia foi desenvolvido para enfrentar navios de guerra de superfície inimigos e embarcações de alta velocidade.
“A frota russa do Mar Negro continua a abandonar a anexada Sebastopol”, informou o canal, referindo-se à cidade portuária na Crimeia. “Até agora, ambos os navios estavam permanentemente estacionados em Sebastopol”.
A Rússia transferiu parte de sua valiosa Frota do Mar Negro de seu porto na Crimeia para evitar mais perdas após ataques bem-sucedidos de drones e mísseis de cruzeiro ucranianos.
Durante o conflito, a Rússia usou sua frota para bloquear o acesso da Ucrânia ao Mar Negro, vital para as exportações agrícolas e do setor siderúrgico, que compõem uma parte significativa da economia do país.
Imagens de satélite de outubro do ano passado mostraram a frota russa se deslocando de Sebastopol para Novorossiysk, localizado no Krai de Krasnodar, ao sul da Rússia, em resposta aos ataques direcionados pelos ucranianos. Além disso, os navios foram vistos se dirigindo para o porto naval russo em Feodosia, mais a leste, na península da Crimeia, que foi anexada pela Rússia.
Recentes imagens de satélite, divulgadas por MT Anderson, um pesquisador de inteligência de código aberto, indicam que a maior parte da Frota do Mar Negro da Rússia deixou suas principais bases navais na Crimeia.
Pletenchuk afirmou em março que o objetivo final de Kiev era eliminar completamente a presença de navios militares da Federação Russa nas regiões do Mar de Azov e do Mar Negro. Até agora, um terço da Frota russa do Mar Negro foi desativada, conforme relatado ao canal ucraniano RBC na segunda-feira.
Especialistas ligados ao Ministério da Defesa da Ucrânia anteriormente informaram que Kiev está adotando uma estratégia para desmilitarizar a Frota do Mar Negro como parte de seus esforços para eventualmente recuperar a península.
Perdas significativas
A Marinha russa, mais especificamente a frota do Mar Negro, tornou-se alvo habitual de Kiev na guerra contra a Rússia. O maior feito ucraniano até agora foi o afundamento do cruzador Moskva, orgulho da esquadra de Moscou, que veio a pique em abril de 2022.
Embora o Kremlin insista em dizer que ele foi destruído por um incêndio que atingiu o depósito de munições, serviços de inteligência ocidentais dizem que mísseis de cruzeiro disparados pelas forças ucranianas foram responsáveis pelo afundamento da embarcação.
Já em setembro de 2023, um grande bombardeio atingiu uma base usada pela Marinha da Rússia em Sebastopol, na Crimeia. Kiev alegou na oportunidade que ao menos um navio de desembarque e um submarino foram atingidos, impondo assim duras perdas à frota do Mar Negro russa.
Em abril deste ano, o ministro da Defesa britânico, Grant Shapps, afirmou que a Frota Russa do Mar Negro havia se tornado “essencialmente inoperante” após os ataques ucranianos em Sebastopol.
“Putin continua a ocupação ilegal da Ucrânia e isso está causando um custo significativo à Frota Russa do Mar Negro”, disse Shapps em uma postagem no X, antigo Twitter.