Rússia executa seus próprios soldados por desobediência na Ucrânia, segundo os EUA

Porta-voz do Conselho de Segurança Nacional classificou como 'bárbaras' as ações das forças russas contra seus próprios homens

Os Estados Unidos informaram na quinta-feira (26) que a Rússia está aplicando punições extremas a soldados que se recusam a obedecer ordens durante a recente ofensiva no leste da Ucrânia. As informações são do site independente The Moscow Times.

De acordo com o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, há relatos de execuções de militares desobedientes, bem como ameaças de eliminação de unidades completas caso tentem recuar sob o fogo da artilharia ucraniana.

Kirby não forneceu detalhes adicionais sobre as execuções, que ele descreveu como “bárbaras”, nem sobre a origem das informações. No entanto, ele também destacou que as forças russas estavam enfrentando perdas significativas em relação ao seu equipamento militar e pessoal.

Tanques abandonados pelo exército russo na retirada de Izyum (Foto: WikiCommons)

Moscou intensificou seus ataques nas proximidades de Avdiivka, no leste de Donetsk, e na cidade de Kupyansk, no nordeste, em uma tentativa de avançar na linha de frente antes da chegada do rigoroso inverno do leste europeu, que tem início em dezembro, período em que as condições de combate se tornam mais desafiadoras.

No entanto, as tropas lideradas por Vladimir Putin enfrentaram perdas consideráveis durante essa campanha recente, já que as forças ucranianas conseguiram repelir os ataques em torno de Avdiivka. Isso envolveu a perda de pelo menos 125 veículos de combate blindados e um grande número de baixas entre seus soldados, que somam “milhares”, conforme relatado por Kirby.

O porta-voz observou que os militares russos estão empregando táticas que se assemelham a “ondas humanas”, sugerindo que as forças russas estão com a moral em baixa.

A estratégia da “onda humana” foi amplamente empregada pelos soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial e também pela China e Coreia do Norte durante a Guerra da Coreia. Como o nome sugere, essa tática envolve ataques consecutivos da infantaria, lançando sucessivas ondas de soldados contra o inimigo até superar sua resistência.

No entanto, essa estratégia frequentemente resulta em um grande número de baixas, principalmente para o lado que está realizando o ataque.

“A ofensiva renovada da Rússia é um lembrete preocupante de que o presidente Putin não desistiu das suas aspirações de tomar toda a Ucrânia. Enquanto Moscou continuar o seu ataque brutal, temos de apoiar Kiev”, disse Kirby, conforme repercutido pelo site Politico.

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