Rússia mata supostos seguidores do Estado Islâmico que se rebelaram em presídio

Seis detentos acusados de terrorismo teriam feito dois guardas reféns em um centro de detenção na cidade de Rostov

As forças de segurança da Rússia disseram neste domingo (16) que mataram seis detentos acusados de ligação com o Estado Islâmico (EI) dentro de um presídio na cidade de Rostov, no sul do país. Os homens teriam iniciado uma fuga do centro de detenção, fazendo dois guardas como reféns durante o processo.

De acordo com a agência Reuters, um dos sequestradores usava uma faixa na cabeça com a bandeira do grupo extremista. Os seis homens usaram facas e machados de combate a incêndio para quebrar algumas grades em janelas do presídio na tentativa de fugir do local. Uma negociação teria se iniciado, e os detentos exigiram passagem livre para libertar os guardas

Testemunhas disseram ter ouvido tiros dentro do presídio durante o suposto processo de fuga, com ambulâncias chegando ao local na sequência. Enquanto os detentos que participaram da ação foram mortos, os reféns saíram ilesos.

“Os criminosos foram eliminados”, afirmou o Serviço Penitenciário Federal da Rússia em comunicado, acrescentando que foi realizada uma “operação especial” para libertar os reféns. “Os funcionários que estavam mantidos como reféns foram libertados. Eles não ficaram feridos.”

Imagem meramente ilustrativa mostra prisão Statsi, em Berlim (Foto: Matthew Ansley/Unsplash)
Rússia na mira do terror

A Rússia foi alvo em março de um grande atentado terrorista reivindicado por uma facção do EI, o Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), baseado no Afeganistão. Quatro seguidores do grupo invadiram a casa de espetáculos Crocus City Hall no dia 22 daquele mês, dispararam rifles automáticos e atearam fogo ao local, deixando 145 mortos.

A violência extremista não pegou o governo russo totalmente de surpresa. Semanas antes, a embaixada norte-americana em Moscou havia alertado seus cidadãos para o risco de atentados na cidade. Depois do ataque, o Kremlin chegou a sugerir o envolvimento da Ucrânia, que prontamente negou envolvimento e recebeu o apoio de Washington em suas negativas.

E o EI-K cada vez mais mostra que é uma ameaça internacional. Na semana passada, o mesmo grupo indicou que planejava atacar a Copa do Mundo T20, evento esportivo de críquete sediado nos EUA e em seis países caribenho. Uma imagem publicada em seus canais de propaganda sugere que o grupo extremista planejava atacar o evento.

O EI-K usou suas redes para difundir uma imagem que mostra drones sobrevoando o Estádio Internacional de Críquete de Nassau, dentro do Parque Eisenhower, em Nova York, com um terrorista e uma bomba também retratados.

Nos últimos anos, ao menos cinco países europeus, Alemanha, Áustria, Espanha, França e Holanda, evitaram ataques coordenados pela organização terrorista, que tem ganhado força e se tornado a mais ameaçadora das facções ligadas ao EI do Iraque e da Síria.

Tags: