Rússia reativou base secreta da era soviética na Crimeia ocupada, segundo ativistas

Instalação de barreiras marinhas em Balaklava sugere que o local, até então um museu, voltou a ser utilizado com fins militares

Recentes instalações de barreiras flutuantes na entrada do porto de Balaklava, território anexado pela Rússia na Crimeia, apontam para uma potencial reativação militar da antiga base submarina soviética, agora sob controle russo. Segundo relatos de ativistas pró-Ucrânia no Telegram, as barreiras servem para bloquear o eventual acesso de drones marinhos, cuja utilização pelos ucranianos aumenta gradativamente no conflito . As informações são da rede Radio Free Europe (RFE).

Foi o grupo guerrilheiro tártaro Atesh, sediado na Crimeia, que destacou a retomada das atividades militares na base, até então usada como um museu. Segundo a organização, a decisão de Moscou surge em resposta à escalada ofensiva no Mar Negro, onde as tropas russas sofreram perdas consideráveis desde o início do conflito, que acaba de completar três anos.

Base militar russo em Balaklava, na Crimeia (Foto: Pal Sol/Flickr)

A posição de Balaklava como um ponto de defesa é reforçada pela arquitetura única, que permite uma entrada quase invisível do mar através de túneis em uma montanha. Durante anos, a base operou em completo segredo, com acesso restrito a apenas um número limitado de pessoas autorizadas. Após o colapso da União Soviética, a instalação caiu em desuso e foi parcialmente saqueada antes de ser convertida em museu em 2003.

Desde a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, a base continuou como museu, embora relatos recentes sugiram uma mudança. O Atesh foi uma das primeiras vozes a alertar sobre a nova utilização do local. Essas alegações são complementadas por observações de atividades de construção e fortificação na área, sugerindo um aumento da presença militar.

Os mais recentes desenvolvimentos ocorrem em um contexto no qual os drones marinhos têm se destacado como ferramentas críticas em conflitos recentes, especialmente dados os ataques frequentes a posições russas no Mar Negro.

A instalação de barreiras em Balaklava surge como possível medida defensiva contra essas novas ameaças, indicando uma postura mais assertiva da Rússia em proteger suas instalações navais contra incursões tecnologicamente avançadas.

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