Segurança de Putin foge para o Equador e revela detalhes da vida do presidente russo

Segundo ele, colegas foram proibidos de se comunicar com familiares ucranianos e com cidadãos dos EUA e da União Europeia

Um guarda da residência de Vladimir Putin na Crimeia ocupada fugiu para o Equador, acusando o presidente russo de ser um criminoso de guerra. Vitaly Brizhaty trabalhava na península ucraniana para o Serviço Federal de Proteção (FSO, da sigla em inglês), a agência de guarda-costas do Kremlin que tem suas origens na antiga KGB. As informações são da rede Radio Free Europe.

Brizhaty é o segundo membro desse serviço a desertar e criticar publicamente Putin por sua invasão à Ucrânia. Ele trabalhava no palácio de Putin em Olivye, na Crimeia, que foi anexada pela Rússia em 2014. Em uma entrevista ao canal independente russo Dozhd TV, ele revelou que o chefe do Kremlin não confiava em seus próprios seguranças, chegando a anunciar sua chegada a dois aeroportos diferentes na Crimeia para despistar possíveis ameaças.

Putin com guarda-costas na Praça Vermelha de Moscou em 2015 (Foto: WikiCommons)

Brizhaty também revelou que os membros do serviço de segurança eram proibidos de se comunicar com familiares que fossem ucranianos, cidadãos dos EUA, da União Europeia (UE) ou qualquer pessoa contrária à guerra, sob ameaça de processo criminal. Ele temia represálias, especialmente após um amigo nos Estados Unidos ter se manifestado contra a guerra. E explicou que até mesmo uma simples “curtida” em uma postagem pró-ucraniana no Instagram poderia levá-lo a ser investigado.

“É simplesmente uma loucura”, resumiu.

Brizhaty tentou deixar o serviço de segurança alguns meses após o início da guerra, mas foi informado de que seria enviado para lutar na Ucrânia se saísse. No entanto, sua esposa, que é natural da Crimeia, conseguiu uma autorização de residência no Equador como trabalhadora qualificada, e essa autorização se estendeu a ele também.

Devido às restrições que impediam os membros do serviço de segurança russo de possuir passaporte estrangeiro ou autorização de residência, Brizhaty foi demitido e partiu imediatamente com sua esposa para a América do Sul.

Na casa de campo de Putin em Oliva, situada entre Foros e Simeiz, Brizhaty tinha a função de verificar os presentes que eram entregues ao presidente e sua comitiva, com a assistência de cães. Próximas à residência de campo do presidente russo também estão localizadas as casas de campo de Dimitri Medvedev, ex-presidente russo próximo a Putin e vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, e do chefe do FSB (Serviço Federal de Segurança russa), Alexander Bortnikov, o que significa que altos funcionários de Moscou frequentemente visitam essa área.

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