Na quarta-feira (9), o Ministério do Interior da Alemanha anunciou que um novo projeto de lei irá ampliar as medidas de verificação para trabalhadores em setores sensíveis, como tecnologia da informação e comunicações, tanto no governo quanto em “infraestruturas críticas”. O país tem registrado um aumento nos casos suspeitos de espionagem, especialmente relacionados à Rússia após a invasão da Ucrânia, além de casos envolvendo a China. As informações são da Deutsche Welle.
Na quarta, o Gabinete deu a aprovação ao projeto de lei que institui novas verificações de segurança, e agora cabe ao Parlamento aprová-lo para que as novas medidas entrem em vigor.
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, afirmou que a ameaça à democracia decorrente de espionagem e sabotagem alcançou “uma nova dimensão”.
“A agressão russa na Europa transformou radicalmente o cenário de segurança. A Alemanha também está no alvo dos serviços de inteligência de outras nações”, alertou Faeser.
Ela enfatizou que, para reduzir os riscos à segurança, será preciso aumentar a fiscalização sobre as pessoas que têm acesso a cargos importantes e a informações confidenciais, especialmente em áreas cruciais para a segurança do país e em infraestruturas essenciais.
O novo projeto de lei alemão prevê triagem obrigatória e mais rigorosa para funcionários em cargos de segurança, como TI (tecnologia da informação) e comunicações. A medida se aplica a infraestruturas críticas, como ferrovias e centros de energia, e aos mais altos níveis do governo, incluindo ministérios, a Chancelaria e o Gabinete do Presidencial.
O projeto de lei alemão inclui verificações de declarações problemáticas feitas online por candidatos. Faeser afirmou que o país não permitirá que extremistas ameacem a democracia por dentro. Após a aprovação pelo Gabinete, o projeto agora aguarda a aprovação dos legisladores para se tornar lei.
No início de outubro, uma mulher chinesa foi presa em Leipzig sob a acusação de espionar a indústria de defesa da Alemanha. Segundo o European Conservative, ela teria fornecido informações sobre voos, cargas e passageiros do aeroporto de Leipzig a Jian Guo, um ex-assistente parlamentar do eurodeputado Maximilian Krah, do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que também foi preso em abril por suspeita de espionagem. Guo é suspeito de coletar dados sobre o Parlamento Europeu e dissidentes chineses na Alemanha.
Além disso, houve várias tentativas de sabotagem perto de instalações militares alemãs e atividades de espionagem atribuídas à inteligência russa.