O governo da Ucrânia admite a possibilidade de convocar todos os homens do país abaixo dos 60 anos de idade para que lutem na guerra em curso contra a Rússia. A confirmação partiu de um importante militar ucraniano, segundo o site The Defense Post.

Yuri Maksimov, chefe do Centro de Recrutamento e Apoio Social de Kiev, admitiu a convocação emergencial e disse que ela seria uma forma de responder ao aumento do efetivo russo. No final de setembro, o presidente Vladimir Putin anunciou uma mobilização parcial no intuito de adicionar 300 mil homens às tropas de seu país.

“Enquanto estivermos em guerra, devemos garantir que tenhamos pessoal não apenas para a defesa, mas também para a ofensiva para libertar nossos territórios”, disse Maksimov.

De acordo com o militar, o projeto será entregue aos órgãos responsáveis pelo serviço militar para ser debatido. Caso aprovado, os indivíduos que se enquadrarem nos critérios de convocação e se recusarem a servir podem pegar até cinco anos de prisão.

Contraofensiva bem-sucedida

Em junho, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que suas forças armadas vinham perdendo entre 60 e 100 homens por dia na guerra, devido aos bombardeios russos. Já o número de soldados feridos diariamente era de aproximadamente 500, segundo ele.

Já neste mês de outubro, a União Europeia (UE) anunciou uma missão para treinar 15 mil soldados ucranianos a partir de novembro. Além disso, disse que financiará 500 milhões de euros para novos armamentos.

As tropas ucranianas estão progredindo no front, e os apoiadores ocidentais de Kiev querem garantir que o exército do país invadido pelas forças de Vladimir Putin tenham capacidade para continuar lutando.

Desde o mês de setembro, as forças da Ucrânia realizam uma bem-sucedida contraofensiva que levou à reconquista de milhares de quilômetros quadrados de território antes ocupados por Moscou. Os esforços de Kiev atualmente estão concentrados na região de Kherson, no sul do país, uma das primeiras áreas urbanas conquistadas pela Rússia no início da guerra.

Na tentativa de resistir, a Rússia tem enviado reforços, inclusive com relatos de mais ataques contra civis ucranianos em Kherson. Paralelamente, uma evacuação de civis russos está em andamento, e analistas enxergam indícios de que as tropas russas já se preparam para bater em retirada.

No começo do mês passado, as forças ucranianas já haviam reconquistado praticamente toda a região de Kharkiv, posição crucial para o objetivo russo de controlar totalmente Donbass. À época, o insucesso levou até aliados do presidente Vladimir Putin a criticar o desempenho de seu exército.