Ucrânia intensifica operações militares em solo russo, aponta relatório

Kiev aumentou seus ataques nas regiões ocupadas por Moscou, mirando especialmente a frota inimiga no Mar Negro

Conforme apontado em um relatório divulgado no domingo (12) pelo think tank Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, da sigla em inglês), a Ucrânia está aumentando a intensidade dos ataques não apenas nas áreas ocupadas por Moscou dentro de seu próprio território, mas também em solo russo. As ofensivas incluem investidas frequentes na Crimeia e em outras regiões do leste do país, segundo informou a revista Newsweek.

No sábado (11), forças de Kiev atacaram um quartel-general militar russo na cidade ocupada de Melitopol, na região de Zaporizhzhia (onde fica a usina de mesmo nome), conforme relatado pelo ISW. O ataque resultou na morte de pelo menos três oficiais do FSB (Serviço Federal de Segurança russa) e da Rosgvardia (Guarda Nacional da Rússia), de acordo com informações da inteligência militar ucraniana.

A ação ocorreu pouco depois de um soldado ucraniano ter atacado o líder de uma antiga milícia popular da República Popular de Luhansk na última quarta-feira (8). Além disso, Kiev atacou na quinta (9) bases militares russas em Skadovsk, uma cidade portuária no Mar Negro, e na região de Kherson.

Putin acompanha exercícios conjuntos das frotas do Norte e do Mar Negro em 2020 (Foto: WikiCommons)

Outra ofensiva ocorreu na semana passada, quando a Ucrânia atacou o Askold, um pequeno navio de guerra recém-construído, ancorado no Mar Negro. Desde fevereiro de 2022, Kiev visou pelo menos 17 navios russos em seus esforços para neutralizar a frota naval de Moscou e privar o Kremlin da plena capacidade de controlar as águas do Mar Negro.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o conflito com a Rússia não chegará ao fim até que todas as terras ocupadas sejam restituídas ao controle de Kiev. Ele também comprometeu-se a fazer o máximo possível para recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e pediu apoio internacional para essa causa.

Drones derrubados perto de Moscou

Nesta terça-feira (14), o Ministério da Defesa russo anunciou que frustrou uma tentativa de ataque noturno com drones provenientes da Ucrânia, segundo informações do site independente The Moscow Times. O incidente ocorreu nas regiões de Moscou, Tambov, Bryansk e Oryol, onde as forças de defesa aérea destruíram as aeronaves não tripuladas.

A região de Bryansk, situada na fronteira com Belarus e a Ucrânia, tem experimentado regularmente disparos transfronteiriços, incluindo tentativas de invasão por grupos de sabotagem ucranianos. Enquanto isso, relatórios não confirmados sugerem danos a uma fábrica de produtos químicos, com um drone carregado de explosivos supostamente encontrado nas proximidades.

Em setembro, um drone ucraniano atingiu um edifício em Kurchatov, onde está localizada uma das maiores centrais nucleares da Rússia.

Os confrontos noturnos com drones tornaram-se uma ocorrência comum entre Moscou e Kiev desde que o início da guerra. Porém, a intensificação desses incidentes destaca a persistente tensão entre as nações em conflito, com as forças de defesa russas continuamente em alerta para proteger contra possíveis incursões e ataques.

O Ministério da Defesa russo não forneceu detalhes sobre danos específicos ou vítimas resultantes desse último episódio de drones.

Mudança de front

Nos estágios iniciais da guerra iniciada por Vladimir Putin em fevereiro de 2022, o conflito estava principalmente sendo travado dentro do território da Ucrânia.

No entanto, essa dinâmica mudou no final de 2022, quando Moscou responsabilizou Kiev pelo ataque a duas bases aéreas russas. Na primavera europeia de 2023, as acusações aumentaram, com a Rússia afirmando que a Ucrânia estava por trás de ataques em regiões fronteiriças, como Belgorod.

Recentemente, Kiev confirmou vários ataques a alvos russos em diversas localidades da Crimeia.

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