Vídeo mostra explosão que matou blogueiro russo pró-guerra. Assista

Ao menos 32 pessoas ficaram feridas na explosão, inicialmente atribuída a uma mulher que já foi detida por protestar contra a guerra

Um influente blogueiro militar russo pró-guerra morreu durante um atentado a bomba no domingo (2) em um café na cidade de São Petersburgo, na Rússia, e um vídeo do momento da explosão foi exibido nas redes sociais. Há relatos de que Vladlen Tatarsky, que representava uma ala radical de blogueiros que apoiam o conflito na Ucrânia, mas também criticam o que entendem como falhas do exército russo, recebeu uma estatueta de presente que continha o artefato explosivo no interior. As informações são da revista Newsweek.

Pelo menos 32 pessoas ficaram feridas na explosão, com dez em estado grave, segundo informou a agência estatal de notícias Ria Novosti, citando o Ministério da Saúde da Rússia.

Aos 40 anos, Tatarsky, pseudônimo de Maxim Fomin, era um proeminente blogueiro militar cujo apoio público aos esforços de guerra de Moscou rendeu a ele mais de meio milhão de seguidores no Telegram.

Vladlen Tatarsky tinha 560 mil seguidores em seu canal no Telegram (Foto: Facebook/Reprodução)

De acordo com a mídia russa e blogueiros militares, Tatarsky estava reunido em um café às margens do rio Neva com membros de um grupo pró-guerra chamado Cyber ​​Front Z, quando uma mulher, que estava participando do evento, o presenteou com uma caixa contendo um busto dele que teria explodido. 

A agência Ria Novosti citou o relato de uma testemunha: “Esta mulher sentou-se à nossa mesa. Eu a vi por trás quando ela foi virada. Quando ela o presenteou com a estatueta, ela foi se sentar em um lugar diferente perto da janela e esqueceu o telefone na nossa mesa”.

Ela acrescentou: “O anfitrião no palco pegou a estatueta da caixa e a exibiu. Vladlen a segurou um pouco. Eles colocaram de volta na caixa e logo depois ocorreu a explosão”.

A agência de notícias russa Interfax informou que uma mulher de São Petersburgo, Darya Trepova, foi presa sob suspeita de envolvimento no atentado. Ela já havia sido detida anteriormente por participar de manifestações antiguerra.

Um vídeo postado nas redes sociais mostrou uma imagem da área externa do café no momento em que ocorreu a explosão. Yevgeny Prigozhin, chefe do Wagner Group, disse ser dono do estabelecimento.

A mídia russa disse que os investigadores estão analisando a suspeita como a possível responsável pela explosão, mas não descartaram a possibilidade de que um artefato explosivo tenha sido plantado no café antes do evento.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, condenou o atentado em um post do Telegram: “As agências de aplicação da lei ainda darão uma qualificação legal do que aconteceu. Jornalistas russos estão constantemente enfrentando ameaças de morte do regime de Kiev”, disse ela, que acrescentou: “Eles são assediados, marcados no sentido literal com marcações especiais nas plataformas digitais dos monopólios americanos da Internet e organizam uma ‘caça às bruxas’ na mídia ocidental”.

Antes de se dedicar aos blogs, Tatarsky se juntou a rebeldes separatistas e lutou na linha de frente na região de Donbass em 2014. Em setembro, o blogueiro ganhou destaque depois de participar da cerimônia no Kremlin que marcou a anexação ilegal de quatro regiões ucranianas.

A explosão que matou Tatarsky marca o segundo atentado contra uma figura pró-guerra em solo russo desde o início da invasão à Ucrânia. Em setembro passado, a Rússia responsabilizou os serviços especiais da Ucrânia pela morte de Darya Dugina, filha do filósofo ultranacionalista russo Alexander Dugin, um aliado do presidente Vladimir Putin. A jornalista, de 29 anos, morreu após seu carro explodir nos arredores de Moscou. 

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