Zelensky projeta a derrota da Rússia na guerra e promete recuperar todos os territórios ocupados

“A Ucrânia irá recuperar seu território e seu povo”, disse o líder ucraniano. “Não deixaremos ninguém nas mãos dos ocupantes"

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, prometeu na terça-feira (24) que as forças russas serão derrotadas na guerra e que todos os territórios atualmente ocupados por Moscou serão recuperados. A manifestação de otimismo surge em meio a uma contraofensiva ucraniana que, na análise de Kiev, vem impondo duras perdas militares à Rússia As informações são da rede Voice of America (VOA).

“A Ucrânia irá recuperar seu território e seu povo”, disse o líder ucraniano em seu discurso diário. “Não deixaremos ninguém nas mãos dos ocupantes. Estamos utilizando todos os meios para garantir que esta guerra termine com a derrota dos ocupantes.”

Na semana passada, Kiev divulgou uma atualização do número de baixas russas na guerra, destacando o suposto sucesso de sua contraofensiva para reconquistar os territórios invadidos. Segundo o Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Ucrânia, já são quase 300 mil soldados russos mortos ou feridos desde a invasão, em 24 de fevereiro de 2022.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky (Foto: Governo da Ucrânia/Divulgação)

Com base nas informações fornecidas, houve 1.380 baixas registradas em apenas 24 horas, o que representaria uma das maiores derrotas de Moscou em toda a guerra. O mesmo relatório, divulgado através do Facebook, diz que 5.047 tanques de guerra foram atingidos, bem como 7.220 sistemas de artilharia, 20 navios e um submarino, além de outros equipamentos militares.

“A Ucrânia mostrou que pode prevalecer, apesar de todos os desafios, especialmente na região do Mar Negro”, disse o presidente na terça-feira, destacando mais uma área onde as forças ucranianas reivindicaram uma importante conquista recentemente.

Em setembro, Kiev anunciou um grande bombardeio contra uma base usada pela marinha russa em Sebastopol, na Crimeia. O ataque teria atingido ao menos um navio de desembarque e um submarino, fragilizando ainda mais a frota do Mar Negro, que em abril de 2022 havia perdido um de seus maiores orgulhos, o cruzador Moskva, que veio a pique.

O governo russo não escondeu que foi alvo de um duro ataque no mês passado, afirmando que a Ucrânia usou dez mísseis de cruzeiro, sete deles supostamente abatidos, e três drones, que teriam sido todos neutralizados. Mas admitiu que duas embarcações foram atingidas, sem dar maiores detalhes sobre os danos causados ou mesmo os alvos atingidos.

Na última segunda-feira (23), o governador designado pela Rússia para Sebastopol, Mikhail Razvozhaev, disse através do Telegram que as forças ucranianas usam também equipes de sabotagem subaquática para atacar a frota do Mar Negro, segundo a agência estatal Tass.

“Sons altos estão no porto exterior. É a frota do Mar Negro repelindo um possível ataque de forças de sabotagem subaquática e recursos inimigos”, disse o governador.

Zelensky não confirmou a sabotagem, mas disse na terça que a frota do Mar Negro é de fato um alvo preferencial da Ucrânia e que os ataques têm sido bem-sucedidos. “A frota russa já não é capaz de operar na parte ocidental do Mar Negro e está gradualmente se retirando da Crimeia. Esta é uma conquista histórica”, disse ele, segundo a agência Associated Press (AP).

Um indício de que a campanha ucraniana realmente incomoda os russos foi dado por Aslan Bzhania, líder da região separatista da Abecásia, na Geórgia, e aliado de Moscou. No início do mês, ele afirmou que em breve receberá em seus portos parte da frota russa do Mar Negro, uma forma de afastar as embarcações dos ataques, como sugeriu Zelensky.

“Assinamos um acordo, e em um futuro próximo haverá um ponto permanente de implantação da marinha russa no distrito de Ochamchira”, disse Bzhania ao jornal Izvestia, acrescentando que o objetivo do acordo é “aumentar a capacidade de defesa tanto da Rússia como da Abecásia.”

Bzhania se encontrou com o presidente russo Vladimir Putin para assinar o acordo, segundo o próprio líder separatista, que acrescentou: “Também há coisas sobre as quais não posso falar”, sugerindo que a parceria militar entre Rússia e Abecásia será mais ampla.

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