As commodities mais afetadas pelo choque causado com a crise do novo coronavírus em 2020 serão as de energia, como o petróleo, e metais, como zinco e cobre. As informações são do Banco Mundial e foram divulgadas nesta quinta (23).
A expectativa da instituição é de uma queda de 40% em preços de commodities de energia, como gás, carvão e petróleo. Este último já sofreu forte baixa, de 50%, nos preços entre janeiro e março deste ano.
Além da paralisação econômica, o setor de petróleo vive incerteza com a falta de acordo entre países produtores, como Rússia e Arábia Saudita.
Nos EUA, negócios futuros do óleo tipo WTI foram negociados em valores negativos nesta semana – na prática, o preço abaixo de zero significa que produtores estavam pagando para ter o produto estocado, já que o país baterá o limite de armazenamento no início de maio.
Na mineração, a expectativa de queda é menor: só 13%. O mercado foi influenciado pela retração econômica, sobretudo em grandes consumidores como a China, baixando o valor de commodities como cobre e zinco.
Impacto no agro
Entre os preços de commodities agrícolas, com exceção da borracha usada no setor de transportes, não é esperada uma queda acentuada neste ano. O Banco Mundial aposta em estabilidade de preços, puxada por recordes nos níveis de produção e estoques da maioria dos alimentos de consumo global.
O desafio no mercado agro neste ano é manter a cadeia produtiva funcionando. Quebras no fluxo de comércio e distribuição de pesticidas e fertilizantes, além da exportação de produtos que não podem ser estocados, como frutas, legumes e flores, devem ser monitoradas.
Para a economista Ceyla Pazarbasioglu, do Banco Mundial, os maiores afetados pelo que classificou como “perturbações na oferta” serão os países em desenvolvimento dependentes de commodities – o Brasil é um deles.
Pazarbasioglu sugere que as nações reformem suas políticas de subsídios no setor energético e realoquem recursos para combater o vírus, reforçar a seguridade social e garantir abastecimento de alimentos.