Menor desperdício e mais alimentos vegetais reduzem efeito estufa, diz estudo

Ajustes no setor alimentício cortariam emissão de 12,5 gigatoneladas de gases de efeito estufa

Um estudo lançado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), na terça (1), mostra que um menor desperdício de alimentos e maior consumo de produtos vegetais é crucial para diminuir a emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

A decomposição de alimentos perdidos corresponde a 8% de toda a emissão de gases de efeito estufa, informou a pesquisa. A redução pouparia a atmosfera de receber 4,5 gigatoneladas de CO2 por ano.

Já a transição para dietas com uma maior proporção de alimentos vegetais pode evitar a emissão anual de até 8 gigatoneladas de dióxido de carbono, aponta o estudo. A redução está ligada ao gás metano na pecuária, contido em dejetos dos bovinos, fertilizantes, queimadas e desmatamento.

O estudo também pontua que mais de um terço das emissões de gases vem dos sistemas alimentares, desde a produção, processamento, distribuição, preparação e consumo.

Menor desperdício e mais alimentos vegetais reduzem efeito estufa, diz estudo
Lata de lixo cheia de restos de alimentos em Londres, capital do Reino Unido, em agosto de 2014 (Foto: Flickr/Garry Knight)

Alimentação como política pública

De acordo com a pesquisa, o desperdício de alimentos e a redução de carne animal são ignorados por formuladores de políticas públicas em grande parte do mundo. Ao integrá-los, no entanto, os Estados poderão registrar fortes ganhos em sustentabilidade e preservação do meio ambiente.

Até o final de 2020, gestores públicos de 196 países deverão reenviar as suas Contribuições Nacionalmente Determinadas para reduzir as emissões nacionais de CO2. O compromisso faz parte do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, ratificado em 2015.

A expectativa é que ações sobre a cadeia alimentícia estejam inseridas nos planos atualizados dos países. Todos tem o compromisso de atingir as metas climáticas e limitar o aquecimento global em 1,5ºC nos próximos anos.

“Sem [as medidas] não podemos alcançar nossos objetivos de clima ou biodiversidade, que são a base para uma segurança alimentar e prevenção de doenças”, disse o diretor geral da WWF (Fundo Mundial pelo Meio Ambiente, em inglês), Marco Lamberini.

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