Mortes de pessoal da ONU por violência têm alta significativa, aponta relatório

António Guterres lembra que ataques à equipe das Nações Unidas constituem grave violação do direito internacional humanitário

Atos de violência e incidentes relacionados à segurança mataram 28 funcionários da ONU (Organização das Nações Unidas) entre janeiro de 2021 e o primeiro semestre deste ano. Os dados constam de um novo levantamento, que cita o crescimento elevado de prisões e detenções de trabalhadores da organização. Foram 177 vítimas no período, contra 84 em 2020.

No documento intitulado “Segurança e proteção do pessoal humanitário e pessoal das Nações Unidas em atos de violência e no número de prisões e detenções”, a organização destaca “a tendência preocupante” da alta expressiva em perdas.

O secretário-geral António Guterres manifestou preocupação com o “desrespeito sistêmico pelo direito internacional e pelos princípios humanitários” e lembrou que “ataques intencionais contra as Nações Unidas e o pessoal humanitário constituem uma grave violação do direito internacional humanitário”.

Missão de Paz da ONU e da União Africana em Darfur, Sudão (Foto: UN Photo/Albert Gonzalez Farran)

A análise das tendências globais de segurança e dos incidentes envolvendo as Nações Unidas e o pessoal humanitário considera “o ambiente de segurança global continuamente volátil e imprevisível”.

Entre os principais desafios estão divisões geopolíticas, rivalidades regionais, desafios para os Estados fornecerem serviços essenciais, tensões políticas crescentes, agitação social, desigualdade, crise climática, crises de dívida e extremismo violento.

Em relação à fragilidade política e econômica, os riscos se alargam em todo o mundo, “desde países que já lidam com estresse severo de conflitos ou desastres naturais para partes do mundo que esperavam retomar um caminho pós-pandemia em direção à estabilidade e ao desenvolvimento.”

Mesmo assim, a ONU diz cumprir seu mandato em meio a turbulências. A natureza e a escala das ameaças continuam a evoluir com mais casos de agitação civil, atividades criminosas, expansão da influência de violência não-estatal de atores armados e o uso de artefatos explosivos improvisados.

Os casos de intimidação e assédio se intensificaram, com 386 incidentes em 2021. No ano anterior aconteceram 304 episódios. O aumento de ataques diretos contra as instalações da ONU também causa inquietação. Foram 41 atos em 2021, em comparação com 32 em 2020. A maioria deles ocorreu no Mali e no Sudão do Sul, de acordo com o relatório.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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