Apoiadores de Navalny lembram envenenamento e realizam protestos globais contra Putin

Mesmo na Rússia, onde os protestos são estritamente controlados, foram observadas manifestações individuais em várias cidades

No último domingo (20), centenas de pessoas ao redor do mundo se uniram em manifestações contra o presidente russo Vladimir Putin, denunciando tanto suas ações violentas na Rússia quanto no exterior. As informações são do jornal The Moscow Times.

Os atos, intitulados “Putin é um assassino”, foram coordenados por apoiadores do crítico do Kremlin detido Alexei Navalny, marcando assim o terceiro aniversário do seu envenenamento quase fatal, ação que o ativista anticorrupção atribui ao líder do país. O rival de Putin está atualmente preso em uma colônia penal perto de Moscou.

As manifestações principalmente tomaram lugar em nações ocidentais como Austrália, Nova Zelândia, Israel, Coreia do Sul, Estados Unidos, Reino Unido e diversos outros países europeus. Além disso, em países com significativas comunidades de russos expatriados, como Geórgia e Armênia, também houve participação.

Na Holanda, aproximadamente cem manifestantes marcharam pelo centro de Amsterdã portando cartazes com mensagens como “Pela paz”, “Pare o terror de Putin” e “Putin em Haia“.

Protestos ocorreram principalmente na Europa (Foto: The Ark/Reprodução Twitter)

Vladimir Nechayev, um dos organizadores do protesto, declarou durante o evento: “Um ano e meio se passou desde a invasão na Ucrânia. É de conhecimento geral que Putin é um assassino. Entretanto, é crucial lembrar aos europeus que não se pode negociar ou fazer qualquer concessão a ele.”

Após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, surgiram protestos em larga escala na Rússia e no exterior. No entanto, ao longo do desenvolvimento do conflito, os protestos contrários à guerra diminuíram tanto em tamanho quanto em frequência.

Dentro da Rússia, onde o controle sobre as atividades de protesto é rígido e a crítica à guerra pode resultar em prisão, ocorreram manifestações individuais em cidades como Moscou, São Petersburgo, Samara, no sul, e Makhachkala, a capital da república do Daguestão.

Entre os manifestantes russos esteve a jornalista Marina Ovsyannikova, uma das principais figuras do movimento antiguerra na Rússia, que deixou o país após ter seu nome incluído na lista de criminosos procurados. Pelo Twitter, ela republicou uma antiga foto na qual aparece com um cartaz em frente ao Kremlin, chamando o presidente Putin de “assassino” e o acusando de matar “mais de 500 crianças”.

Segundo a ONG OVD-Info, que monitora a repressão estatal na Rússia, ao menos duas pessoas foram detidas durante piquetes individuais em Moscou, enquanto uma pessoa foi detida em São Petersburgo.

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