Tendências negativas no mercado de trabalho ameaçam metas globais, diz OIT

Conjugação de fatores deixa 23,5% dos jovens sem trabalhar e estudar, segundo dados divulgados pela agência da ONU

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) identificou seis tendências preocupantes no mercado de trabalho global. A agência destaca que ações urgentes são necessárias para construir um futuro resiliente e equitativo na área. 

A taxa global de desemprego está em 5,8%, valor mais alto do que antes da pandemia, quando estava em 5,5%. As projeções para 2023 e 2024 apontam para aumento do desemprego nas Américas, Estados Árabes, Europa e Ásia Central.

Além disso, cerca de dois bilhões de trabalhadores estão no mercado informal, atuando em condições precárias e sem proteção social.

Os jovens foram os mais impactados pela perda de empregos em nível global. Cerca de 23,5% desta faixa da população não está estudando nem trabalhando.

De acordo com a OIT, outra tendência preocupante é a desaceleração do crescimento produtivo. Este fator pode resultar em enfraquecimento do poder de compra e do bem-estar social.

Em relação à equidade de gênero, o progresso é considerado lento. A agência da ONU calcula que em 2021 as mulheres detinham apenas 28,2% das posições de direção. Nesse ritmo, serão necessários 140 anos para alcançar a paridade de gênero no mercado de trabalho.

Trabalhadores da construção civil em Suba, no Quênia (Foto: Marcel Crozet/ILO)
Mais parcerias

Essas tendências impactam negativamente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sobre trabalho decente e crescimento econômico, e o ODS prevendo a equidade de gênero.

A OIT demanda medidas focadas em justiça social, criação de empregos e paridades entre os sexos e sugere ainda mais parcerias entre governos, trabalhadores e sociedade civil para avançar nessas áreas.

A análise marca o começo da reunião do Conselho de Administração da OIT que se estende até 23 de março. Delegações de Angola, Brasil, Moçambique e Portugal estão representadas no encontro.

A agenda inclui um relatório do diretor-geral, um informe sobre ações dos países-membros e propostas para uma Coalizão Global de Justiça Social.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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