O petroleiro Safer, do Iêmen, corre o risco de derramar cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo bruto, alertou a ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quarta (15). A quantidade é quatro vezes superior à do notório desastre com o Exxon Valdez, no Alasca, em 1989.
A embarcação, de propriedade do governo do Iêmen, é controlada por rebeldes houthis no Mar Vermelho desde 2015.
Segundo a ONU, houve um vazamento no navio de 1974 em maio. A casa de máquinas foi inundada e ameaça desestabilizar a embarcação.
Se o vazamento acontecer, especialistas afirmam que 100% da pesca no Iêmen será afetada em questão de dias. O acidente levaria ainda ao fechamento do porto de Al Houdeidah, quadruplicando os preços dos combustíveis e dobrando o de alimentos.
A situação agravaria o já devastado cenário econômico no Iêmen, mergulhado em guerra civil desde 2015. O país é um mais pobres do mundo árabe e quase 80% da população depende de ajuda humanitária.
O estrago ainda se estenderia para a costa dos países africanos de Djibuti e Eritréia e para a Arábia Saudita. A região é passagem de mais de 200 mil navios e para a pesca de frutos do mar.
Pedido de ajuda
A organização pede ajuda internacional, já que o Iêmen e seus vizinhos não tem condições de administrar e mitigar as consequências de um derramamento de grande magnitude.
O Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) afirma ser necessária uma avaliação do plano apresentado pela Organização Regional para a Conservação do Meio Ambiente no Mar Vermelho e Golfo de Áden.
Na semana passada, os houthis concordaram com a realização de uma missão da ONU no petroleiro. No ano passado, porém, um acordo semelhante foi desfeito uma noite antes da chegada da organização no local.