Armas e equipamentos chineses elevam o poder de fogo do Hamas em Gaza, segundo Israel

Rifles de assalto, lançadores de granadas e equipamentos de comunicação avançados foram identificados nas mãos dos radicais

O Hamas tem em mãos um extenso arsenal de armamento chinês em Gaza, que inclui rifles de assalto, lançadores de granadas e equipamentos de comunicação avançados, segundo informações das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) reproduzidas pelo jornal The Telegraph.

A reportagem afirma que a descoberta do arsenal chinês em poder do grupo palestino gera questionamentos a respeito do caminho que essas armas teriam percorrido até chegarem a Gaza. Uma constatação que pode elevar a tensão nas relações entre Israel e China.

Além disso, as IDF descobriram miras telescópicas para rifles, cartuchos M16, dispositivos de escuta e rádios militares táticos, detalhes que aprofundam a complexidade geopolítica da situação no enclave.

Apoiador do Hamas em ato contra Israel em São Paulo, janeiro de 2009 (Foto: Tarciso/Flickr)

Fontes de inteligência de Israel observaram uma significativa modernização no armamento e tecnologia adquiridos pelo Hamas, levantando dúvidas sobre se esses equipamentos chineses vieram diretamente da China ou através de intermediários.

“Estamos falando de armas e tecnologia de comunicação de alta qualidade, algo que o Hamas não possuía anteriormente. Explosivos altamente sofisticados, nunca vistos antes, especialmente em uma escala tão significativa”, afirmou uma fonte da inteligência israelense ao Telegraph.

Rifles de assalto QBZ e lançadores automáticos de granadas QLZ87 também foram identificados entre os itens, indicando um fortalecimento significativo do poder de fogo dos extremistas.

Além do reforçado arsenal, as IDF alertaram sobre a descoberta de equipamentos de inteligência e comunicação adaptados aos túneis usados pelo Hamas. Especialistas sugerem que, se o equipamento chinês chegou em grande quantidade ao grupo islâmico palestino, isso provavelmente ocorreu através de um intermediário estatal, sendo o Irã “um candidato provável”.

Militantes do Hamas: armados com equipamentos chineses (Foto: WikiCommons)

O apoio de Teerã é crucial para a sobrevivência do Hamas. Em relatório de contraterrorismo que aborda o ano de 2020, o Departamento de Estado norte-americano afirmou que o governo iraniano “fornece até US$ 100 milhões anualmente em apoio combinado a grupos terroristas palestinianos, incluindo o Hamas, a Jihad Islâmica Palestina (JIP) e a Frente Popular para a Libertação da Palestina.”

Já Beijing tem histórico de fornecimento de armas e treinamento para facções palestinas, segundo o Telegraph. Mudanças recentes na postura chinesa em relação a Israel foram descritas como “antissemitismo” por fontes de inteligência israelenses.

Influenciadores chineses nas redes sociais expressaram apoio ao Hamas após os ataques de 7 de outubro, que resultaram em 1.140 mortes em Israel, além de 240 sequestros.

A guerra iniciada a partir dali causou devastação em Gaza, com aproximadamente 22 mil mortes palestinas e quase todos os 2,3 milhões de habitantes deslocados. Militares israelenses registraram mais de 170 soldados mortos e 1.020 feridos durante os combates no enclave, iniciados após a agressão do grupo radical em 7 de outubro de 2023.

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